ATA
DA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 02-3-2011.
Aos
dois dias do mês de março do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Airto
Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul
Torelly, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e
Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Elói Guimarães,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Luciano
Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho
Rubem Berta, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Bernardino
Vendruscolo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/11 (Processo
nº 0610/11); pelo vereador Dr. Raul Torelly, o Projeto de Resolução nº 007/11
(Processo nº 0591/11); e pelo vereador Dr. Thiago Duarte, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 002/11 (Processo nº 0482/11). Também, foi
apregoado o Ofício nº 191/11, do senhor Prefeito, informando que se ausentará
do Município das sete horas e cinquenta e três minutos às dezessete horas e
doze minutos do dia de amanhã, quando participará de agenda com os senhores
Luciano Ducci e Marcio Araújo de Lacerda, respectivamente Prefeitos dos
Municípios de Curitiba e Belo Horizonte, no Município de Curitiba – PR. Ainda,
foi apregoado o Memorando nº 016/11, de autoria do vereador Engenheiro
Comassetto, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, no dia de ontem, na reunião de
instalação e posse da Comissão Especial de Habitação Popular e Regularização
Fundiária da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, às
dezessete horas, no Salão Júlio de Castilhos do Palácio Farroupilha, em Porto
Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 0180, 0418, 0420,
0421, 0705, 0943, 1086, 1205, 1243, 1280 e 1296/11, do Fundo Nacional de Saúde
do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Sétima Sessão
Ordinária e da Quarta Sessão Extraordinária. A seguir, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pelo vereador DJ Cassiá, solicitando alteração na ordem dos trabalhos na
presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/10, discutido pelos
vereadores Reginaldo Pujol, Pedro Ruas, Mario Fraga e Mauro Pinheiro, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 001/11, discutido pelos vereadores Mario Fraga e Toni
Proença, e o Projeto de Resolução nº 008/11; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei
do Legislativo nos 158 e 189/10 e o Projeto de Resolução nº 038/10,
discutido pelo vereador Reginaldo Pujol. Na oportunidade, a senhora Presidenta
informou ter realizado visita, hoje, à Penitenciária Feminina Madre Pelletier,
tendo-se manifestado a respeito a vereadora Maristela Maffei. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Maristela Maffei e os vereadores Aldacir José
Oliboni, este pela oposição, Airto Ferronato, Paulinho Rubem Berta,
Bernardino Vendruscolo, Waldir Canal, Pedro Ruas, Nilo Santos, Luiz Braz, João
Antonio Dib, este pelo Governo, Tarciso Flecha Negra, João Carlos Nedel e Mauro
Pinheiro. Na ocasião, o vereador Pedro Ruas manifestou-se, solicitando a
aplicação do artigo 69 do Regimento no referente à indicação dos membros da
Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar fatos relativos ao
Programa de Saúde da Família desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de
Porto Alegre (Processo nº 4479/19), e, em face de Questões de Ordem e
manifestações formuladas pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, Luiz Braz,
Elói Guimarães, DJ Cassiá, Fernanda Melchionna, Nilo Santos, Engenheiro
Comassetto, Maria Celeste, Idenir Cecchim, e Carlos Todeschini, a senhora
Presidenta prestou esclarecimentos acerca do artigo 69 do Regimento e da tramitação,
neste Legislativo, do Processo nº 4479/10. Ainda, os vereadores Mauro Pinheiro,
João Carlos Nedel, Pedro Ruas e Alceu Brasinha manifestaram-se acerca dos
trabalhos da presente Sessão; a vereadora Maristela Maffei informou ter
protocolado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/11 (Processo nº
0974/11), que inclui §§ 3º e 4º ao artigo 22 da Lei Complementar nº 626/09, que
institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado; o vereador Adeli Sell solicitou
providências relativas aos serviços de telefonia móvel a que têm acesso os
vereadores deste Legislativo; e o vereador Luiz Braz manifestou-se acerca do
pronunciamento do vereador Mauro Pinheiro em Comunicação de Líder, tendo-se
manifestado a respeito o vereador Mauro Pinheiro. Às dezesseis horas e
dezessete minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO
DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo
nº 081/10 (Processo nº 1746/10), com Veto Parcial, o qual, após ser discutido
pelos vereadores Dr. Raul Torelly, Aldacir José Oliboni, Luiz Braz, Alceu
Brasinha, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro, Idenir Cecchim,
Adeli Sell, Carlos Todeschini, Pedro Ruas, Nilo Santos e Maria Celeste, teve
sua discussão suspensa em face da inexistência de quórum deliberativo. Na
oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Mario Manfro,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. Durante a Sessão,
foram registradas as presenças da vereadora Helen Martins Cabral e do vereador Luiz Carlos
Fort, da Câmara Municipal Santa Maria – RS. Às
dezessete horas e vinte e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo,
em verificação solicitada pelo vereador Pedro Ruas, a senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora
Sofia Cavedon e pelo vereador DJ Cassiá e secretariados pelo vereador Toni
Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
O
SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o Requerimento, de autoria desta
Presidência, solicitando inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos
imediatamente entrar em Pauta, antes da Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0729/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/11, de autoria da Mesa Diretora, que
inclui § 2º no art. 225 e § 4º no art. 227, renomeia o parágrafo único do art.
225 para § 1º e altera o § 3º do art. 227, todos da Resolução nº 1.178, de 16
de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre –, e
alterações posteriores, dispondo sobre a apuração da presença dos vereadores no
período da Sessão Legislativa Ordinária.
PROC.
Nº 4315/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/10, de autoria do
Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda Melchionna, que inclui § 18 no art. 5º da
Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que institui e disciplina os
tributos de competência do Município –, e alterações posteriores, dispondo
sobre a tributação de imóvel residencial que permanecer desocupado por mais de
1 (um) ano.
PROC.
Nº 0018/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/11, de autoria do
Ver. Paulinho Rubem Berta, que inclui na proposta pedagógica das escolas da
Rede Municipal de Ensino a abordagem do tema Qualidade de Vida com Amor
Exigente e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 3288/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 158/10, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que denomina Rua Agricultor Müller o logradouro não
cadastrado conhecido como Rua Um – Beco do David –, localizado no Bairro Lomba
do Pinheiro.
PROC.
Nº 4161/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 038/10, de autoria do Ver. Aldacir José
Oliboni, que concede a Comenda Porto do Sol à Fundação Universidade Federal de
Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA.
PROC.
Nº 4404/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 189/10, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao
senhor Jorge Lima Hetzel.
O
SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu quero saudar a decisão da Casa, na sua soberania, que inverteu a
ordem dos trabalhos, até porque, hoje, com a extensa Ordem do Dia que teremos
de enfrentar, com inúmeros Vetos, dificilmente chegaríamos a ter condição de
cumprir essa 1ª Sessão de Pauta, que envolve três novos assuntos, e mais a 2ª
Sessão de Pauta, que envolve outros três novos assuntos.
Vejam bem que, na matéria que hoje cumpre o
derradeiro dia de Pauta, encontra-se, entre outras, a proposta do ilustre Ver.
Aldacir Oliboni, que concede a comenda Porto do Sol à Faculdade e Universidade
Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA - que é a antiga
Fundação, como era conhecida, a qual, evidentemente, tem todos os méritos para
receber essa homenagem.
O que me faz, Sr. Presidente, vir à tribuna com
mais razão - e sei que serei sucedido pelo Ver. Pedro Ruas, que, certamente,
virá à tribuna nos dar uma explicação mais detalhada - é acerca do Projeto de
Lei que propõe, juntamente com a Verª Fernanda Melchionna, a inclusão do § 18
no art. 5º da Lei Complementar nº 7 de 7 de dezembro de 1973, que institui e
disciplina os recursos e competências do Município e alterações posteriores,
dispondo sobre a tributação de imóvel residencial que permanecer desocupado por
mais de um ano. Provavelmente trata-se aqueles imóveis destinados à locação e
que não estejam locados nesse período.
Eu fiquei um tanto quanto intrigado com a
proposição sobre imóvel desocupado. A gente tem alguma dificuldade de entender
por que um imóvel pode ser desocupado. Deve haver as suas razões. Eu sei de
pessoas que hoje têm alguns imóveis de que não dispõem, que não têm utilização
direta e que não desejam locar, admitindo, inclusive, até a hipótese de venda,
mas não querem locar dadas as dificuldades que encontram no relacionamento
entre locatário e locador.
Por isso, eu vou aguardar com a maior atenção os
primeiros esclarecimentos, os quais eu deveria buscar no Projeto em si, mas,
surpreendido com a alteração da ordem dos trabalhos, com a Pauta vindo em
primeiro lugar e sendo eu o primeiro inscrito, não tive condição de manusear o
Projeto.
Então, qualquer consideração mais avançada que eu faça
terá todo o risco de ser considerada precipitação de análise, e eu não vou
incorrer nesse erro; vou simplesmente anunciar que aguardarei com a maior
atenção os esclarecimentos do autor, o Ver. Pedro Ruas, e, se for o caso, - se
for o caso, bem entendido -, na próxima oportunidade em que a matéria estiver
em discussão preliminar de Pauta, na sua 2ª Sessão, aí, sim, haverei de me
ocupar dela com mais objetividade, e não da forma absolutamente perfunctória
com que encarei o Projeto no dia de hoje. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; público que nos assiste, fico muito
honrado, Ver. Pujol, porque V. Exª já traz à tribuna o tema do nosso Projeto,
bem como com o fato de, na chegada ao plenário, o Ver. João Dib me chamar para
debater o referido Projeto em discussão. Quero dizer aos senhores e às senhoras
o seguinte: este Projeto é baseado em uma legislação em vigor em Buenos Aires e
que, há três anos, procuro elaborar, adaptando-o à nossa situação. Os
fundamentos e a aplicação passam a ser quase idênticos, Verª Maria Celeste.
Eu explico: há muitos anos - não é recente isso -,
o aluguel de um imóvel, em Porto Alegre, era algo em torno de 1%, 1,5% do valor
comercial do imóvel. Com o tempo, em função do mercado, houve uma queda, o
valor do aluguel ficou cada vez mais baixo, ficando, na média, pelos nossos
levantamentos hoje, entre 0,4 e 0,5% do valor do imóvel alugado. Isso
ocasionou, em muitos lugares, inclusive em Porto Alegre, uma estocagem
antissocial de imóveis, Ver. Nilo Santos, principalmente os residenciais, no
seguinte sentido, Vereadores e Vereadoras: há proprietários que têm cem
imóveis, e eles não são vendidos, não são alugados, e a sua propriedade,
portanto, não cumpre a Constituição Federal, não tem finalidade social nenhuma.
O nosso Projeto não se aplica ao caso de um imóvel
somente, o primeiro imóvel. Não. O nosso Projeto estabelece que, a partir do
terceiro imóvel sem nenhum uso, incluída a locação - pode ser outro uso, pode
ser um comodato, pode ser qualquer uso -, haverá uma progressão no IPTU. Isso
me parece justo, me parece necessário para desestimular essa estocagem que visa
à especulação. Qual é o sentido de uma pessoa ter 20 imóveis que não vende, que
não aluga e que estão fechados? O que isso significa? Aí vão me dizer: “Ah, mas
são poucos que têm tantos”. Melhor. Se são poucos, melhor. Já me disseram isso.
Eu recebi informação de pessoas com mais de mil imóveis. Com 600 tem um
ex-treinador de futebol aqui no nosso Estado.
Então, o que é que acontece? Nós temos uma situação
muito difícil mesmo, mas, Ver. Cecchim, se a pessoa tem mil imóveis - digamos
que exista um indivíduo com mil imóveis -, e todos eles, Ver. Ferronato, estão
locados, ele não tem nenhum problema. O nosso objetivo com o Projeto é, assim
como foi feito em Buenos Aires, buscar aquele que estoca para especular, não o
que loca, não o que aluga, não o que vende, não o que passa em comodato, não o
que dá uma finalidade social para a propriedade, conforme define a Constituição
Federal, Ver. Brasinha. O nosso objetivo é estabelecer, em benefício do
Município, uma forma de desestimular esse comportamento antissocial e inaceitável
de ter imóveis, com uma multidão de pessoas sem tê-los, e que não podem sequer
ser alugados por vontade simplesmente do proprietário. Não! A propriedade é
plena, é verdade, mas ela tem seus limites; é a Constituição Federal que
estabelece a função social da propriedade, que pode, muito bem, ser a locação.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos assiste pela TVCâmara e público presente
nas galerias, venho a esta tribuna para discorrer sobre a Pauta de hoje e dizer
que tenho visto com bons olhos o Projeto de autoria do Ver. Pedro Ruas e da
Verª Fernanda Melchionna. Ainda não o estudei a fundo, mas eu ouço cada
Vereador que fala sobre o Projeto, e, agora, escutando V. Exª, tive mais outra
ideia que, talvez, pudesse ser adendada ao Projeto.
Vejo o Projeto com
bons olhos, porque acho que há muitas casas fechadas, com o preço do aluguel muito
alto, e este Projeto viria na direção daquelas pessoas que não têm uma
residência, que não têm uma casa própria. Também acho que, com certeza, teria
de haver uma taxa de desocupação que iria para os cofres da Prefeitura, se
transformando em mais uma fonte de arrecadação que poderá ser utilizada na área
da Saúde e na área da Educação, que sempre são as mais carentes de recursos.
Vou dar uma estudada
no assunto; acho que a Pauta serve para isto, para que possamos ter
conhecimento dos Projetos, para que possamos estudá-los.
Então, parabéns ao
Ver. Pedro Ruas e à Verª Fernanda Melchionna.
Também merece uma
olhada, uma estudada, o Projeto do Ver. Paulinho Rubem Berta, pois se trata de
um Vereador de base, que conhece as causas, e este é um Projeto que tenta
colocar nas escolas municipais a qualidade de vida com amor. Acho que é mais um
Projeto do Ver. Paulinho, tenho certeza, meritório, e vamos estudar a
possibilidade de uma Emenda para que este Projeto atinja também, e
principalmente, aquilo pelo que todos nós estamos trabalhando e lutando, que é
o meio ambiente.
Então, meus parabéns,
também, ao Ver. Paulinho Rubem Berta pela iniciativa, e que tenha bom êxito com
o seu Projeto. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(A Verª Sofia Cavedon
assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Boa-tarde a
todos. Eu e a Verª Maria Celeste estávamos numa precursoria na Penitenciária
Madre Pelletier, organizando a Semana da Mulher, focando o tema “Mulheres
Cumprindo Pena”, e saímos, Ver. Toni; por isso o atraso.
Informamos que, na
Pauta, Ver. Cecchim, não há mais inscrições. V. Exª quer falar fazer uma
Comunicação de Líder? (Pausa.) Estão completas as inscrições.
O Ver. Toni Proença
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. TONI PROENÇA: Boa-tarde, Presidente
Sofia Cavedon. Cumprimento V. Exª e a Verª Maria Celeste pela iniciativa de
visitarem o Madre Pelletier, pois é sempre muito salutar a convivência e levar
solidariedade mesmo àqueles que estão reclusos por terem descumprido as regras e
as normas da sociedade.
Quero cumprimentar a
Verª Maristela Maffei, que nos acompanha e abrilhanta esta nossa jornada.
Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quero mandar um abraço fraterno ao João
Carlos Fornari, Assessor Parlamentar do DMAE, que tem feito um brilhante
trabalho na assessoria aos gabinetes, nas demandas que nós recebemos das
comunidades e que temos de encaminhar ao DMAE, com um nível muito bom de
resolutividade.
Um abraço ao Pitol,
que hoje inaugurou a nova rótula da Nilo Peçanha. Esperamos que a rótula
resolva parte dos problemas dos engarrafamentos naquela região.
Eu venho a esta
tribuna, no período de Pauta, para falar de um Projeto do Ver. Paulinho Rubem
Berta, companheiro Vereador, companheiro de legenda e de Bancada. O Ver.
Paulinho, com a sensibilidade de quem vem lá da periferia, propõe um Projeto sui generis, ousado, singelo, mas de
muita abrangência, que é o Projeto que
inclui na proposta pedagógica das escolas da rede Municipal de Ensino a
abordagem do tema Qualidade de Vida com Amor Exigente. Isso parece meio
poético, Ver. Paulinho, mas é fundamental.
Eu sei que os trabalhadores em Educação - e a nossa Presidente Sofia
Cavedon é uma trabalhadora em Educação, e foi ela que me ensinou, me chamou
atenção para isso - têm muita contrariedade a que se estabeleça conteúdo
pedagógico por lei e por força de lei. E eles têm razão. Existe uma referência
que vem do MEC, e dizem que os conteúdos pedagógicos devem ser decididos escola
a escola, não é verdade, Verª Maristela Maffei?
Mas eu acho que V. Exª traz um tema de extrema importância, de muita sensibilidade e que tem que ser debatido pela Cidade. Talvez
possamos fazer uma emenda tirando a obrigatoriedade de incluí-lo na proposta
pedagógica das escolas, tornando este tema obrigatório na construção da
discussão das Associações de Moradores, dos Fóruns Regionais do Orçamento
Participativo, dos Conselhos Municipais, enfim, que se transforme este tema num
tema de debate em toda a Cidade.
Há algum tempo, eu
ouvi uma entrevista do ex-jogador e ex-Vereador Sócrates, em que ele dizia, com
muita sabedoria, que quem educa é a família; a escola ensina, informa; a escola
prepara para a vida, mas quem educa é a família. E o que acontece na maioria
das vezes, quando temos crianças e adolescentes que estão, por algum motivo,
fora do caminho natural que espera a sociedade? Na maioria das vezes, essas
crianças não têm família e, portanto, o Estado deve prover e substituir as
famílias. Este é o espírito da sua lei, ou seja, a convivência, o amor, a
cidadania e a vida em sociedade. Isso se absorve, se introjeta, se recebe de
várias maneiras: ou com a família, ou com a escola, ou na convivência social,
ou com a convivência esportiva - e isso lembra o trabalho do Ver. Tarciso.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Há uma expressão correntia no nosso meio que
diz que a educação se traz de casa. V. Exª citou o jogador Sócrates. O velho
filósofo Sócrates já dizia isso.
O SR. TONI PROENÇA: Então, é uma
afirmação que vem da Grécia antiga.
Ver. Paulinho,
parabéns por propor o debate; parabéns pela sensibilidade. Tenho certeza de
que, se nos debruçarmos sobre seu Projeto, ele dará muitos frutos a esta
Cidade. Que a Cidade tenha o amor exigente! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidente, rapidamente eu queria parabenizá-la pela iniciativa de ter ido até
a Penitenciária Madre Pelletier e abordar a questão da Semana da Mulher. Quero
colocar à disposição a Bancada do PCdoB - e aqui temos também a Verª Fernanda -
para que possamos contribuir com a senhora nesse evento tão importante.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Verª Maristela, eu convidei a Verª Fernanda.
Realmente me passei com V. Exª em função de, às vezes, não se encontrar
presente, mas, com certeza, ainda hoje conversaremos durante a Sessão.
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Verª Sofia, Presidente da nossa Casa; Vereadores, Vereadoras; público
que nos assiste pelo Canal 16; público nas galerias, estou aqui para discutir a
Pauta, mas quero aproveitar, Ver. João Antonio Dib, para falar a respeito da
visita feita hoje pelo nosso Prefeito José Fortunati à Bancada do Partido dos
Trabalhadores para conversar a respeito da nossa Cidade.
Ver. Mauro Zacher, Líder do PDT, gostaria
principalmente de parabenizar o Prefeito José Fortunati pela sua nobre atitude,
muito louvável. Acho que é a primeira vez que um Prefeito - pelo menos que eu
tenha conhecimento - vem até a Bancada de oposição sentar, conversar e se
colocar à disposição para tratar dos assuntos da Cidade. Tivemos uma boa
conversa com o Prefeito José Fortunati e dissemos a ele que somos uma Bancada
de oposição, fazemos oposição nesta Casa, mas queremos ajudar a construir o que
é bom para Porto Alegre, principalmente quanto aos grandes projetos que podem
acontecer na Cidade, como o do metrô, o do cais do porto, enfim, vários
projetos que estão em discussão federal, estadual, e nós, a Bancada do PT, que
temos toda a ligação com o Governo Federal, que é do PT, e com o Governo do
Estado, nos colocamos à disposição para ajudar o PDT.
O Sr. Mauro
Zacher: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu queria
contribuir com a sua fala, dizendo que também fico muito satisfeito de o
Prefeito poder dialogar com a Bancada do PT, e seria, de certa forma, uma
cegueira política se o Prefeito não compreendesse que a Bancada do PT, o
Partido dos Trabalhadores, que governou esta Cidade por 16 anos, não teria
muito a contribuir - e esta tem sido a lógica do nosso debate. As críticas e a
oposição são necessárias para que se possa construir uma cidade muito melhor. Então, quero saudar a iniciativa de V. Exª em convidar o Prefeito,
que, prontamente, veio contribuir com o debate.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver. Mauro
Zacher.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, eu fico feliz com o fato
de o diálogo político estar na moda no Rio Grande do Sul. Depois de o
Governador Tarso Genro ter excluído o PMDB do diálogo, na semana passada me
parece que ele entendeu que isso não tinha sido uma boa ideia e convidou a
Bancada do PMDB para estar lá na Assembleia. Vejo que essa prática está se
estendendo aqui para a Prefeitura e acho isso muito bom. Acho bom, porque está
na hora de, quando nós formos para a tribuna, esta sirva para as duas coisas:
para aplaudir e para reclamar. Parece que é isso que está acontecendo.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver. Idenir
Cecchim. Então, justamente é o que estávamos falando: o Prefeito veio, e
achamos um ato muito nobre do Prefeito vir até a Bancada discutir os assuntos
inerentes à cidade de Porto Alegre. Colocamo-nos à disposição da Prefeitura
naqueles assuntos do Governo Federal e do Governo do Estado; no que a nossa
Bancada puder ajudar, vamos fazê-lo pelo bem da Cidade.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, eu também quero
cumprimentá-lo. Eu estava procurando aqui o Projeto de que o senhor está
tratando, sobre o qual o senhor está falando em Pauta e, sendo assim, falamos
dos Projetos que estão em Pauta. Não consegui encontrar, mas quero
cumprimentá-lo. Já que os senhores estão conversando desta forma com o Prefeito
José Fortunati, acho que é produtivo. Obrigado.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver.
Bernardino, mas vamos tratar, sim, também, da Pauta, Ver. Bernardino, e do
Projeto do Ver. Pedro Ruas, que é, do nosso ponto de vista, de relevância para
esta Cidade. De parte de nossa Bancada, ainda não estudamos o Projeto, não o
discutimos, mas entendemos que é importante esta Lei Complementar do Ver. Pedro
Ruas, que trata do IPTU daqueles imóveis que permanecem fechados, que são
comprados, construídos, daqueles que possuem mais de três, até quatro imóveis.
Então, com isso, de forma especulativa, acabam dificultando aquisições ou
aluguéis. Nós vamos fazer um estudo mais detalhado, Ver. Pedro Ruas, a respeito
deste Projeto. Tenho certeza de que nós, da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, como é um Projeto que visa a diminuir a especulação dos imóveis
na Cidade, vamos trabalhar em conjunto com o PSOL para a melhoria da Cidade,
assim como faremos com o PDT e com qualquer outro Partido, pois tudo aquilo que
for bom para a Cidade, o PT, com os seus 16 anos à frente da Prefeitura, não
poderia deixar de se colocar à disposição de qualquer que seja o Partido, para
ajudar a construir uma cidade melhor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Encerrada a discussão da Pauta.
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhoras, ontem nós vivemos, em Porto Alegre, um momento
que - apesar de ter se dado em cima de um acontecimento da loucura humana, Ver.
Pujol, e não é disso que nós tratamos, são os psiquiatras e a lei que
certamente vão dar respostas para isso -, nos trouxe a realidade das políticas
que nós temos que ter na nossa Cidade em relação à questão viária.
O Código Nacional de Trânsito é claríssimo quando
diz que uma via não é apenas para o trânsito de carros, ela também serve para
tração animal, tração humana e, com certeza, também, para as bicicletas.
Isso é uma cultura que não é muito bem trabalhada,
e é por isso que, de vez em quando, nós temos esses acontecimentos
enlouquecidos desses tresloucados que acham que podem sair fazendo o que querem
na sociedade.
De qualquer forma, todos nós também temos um pouco
de responsabilidade quando não tratamos, dentro das instituições das quais
fazemos parte, e não trabalhamos sobre isso no nosso cotidiano.
A gente vê, por exemplo, a questão do baixo grau de
tolerância nos ônibus. Nós temos, nos ônibus - e isso foi discutido e aprovado
também nesta Casa -, lugares destinados a obesos, grávidas e idosos. Canso de
ver mães que pagam a passagem e não admitem que seu filho levante para dar
lugar para uma dessas possibilidades, dizendo que é: “...
preferencialmente...”. E isso deveria ser uma questão de educação, mas não é
apenas a questão da educação no lar, é nossa responsabilidade também.
Não vemos nenhuma campanha no trânsito, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, fazendo um trabalho para
conscientizar e trabalhar o aspecto da cultura, porque o individualismo leva a
isto, cada um por si. Esse trabalho seria uma coisa simples, que não onera, mas
que é saudável e faz bem para a nossa sociedade. São esses valores que fazem
com que, aos poucos, com o número de carros que temos na rua, a nossa tolerância
vá perdendo espaço.
Eu quero terminar minha fala neste momento, como
Liderança do PCdoB, dizendo que a gente já percebe claramente que o calendário
eleitoral já foi lançado. É sabido por todos que o nosso Partido terá
candidatura própria, que nós estamos abertos para discussão com todos os
Partidos e todos os segmentos. Isso nós vínhamos dizendo desde a nossa última
candidatura - e agora novamente colocada - que isso é irreversível, está posto,
nós teremos a candidatura própria e achamos que tudo o que está acontecendo faz
parte do jogo democrático: as conversações, os diálogos entre os Partidos. Nós
nos colocamos da mesma forma, porque é assim que nós vamos proceder. O que é
certo é que o PCdoB terá candidatura própria para trazer uma alternativa para a
cidade de Porto Alegre. Com a experiência que nós tivemos na Frente Popular por
16 anos, estamos como Partido de esquerda, mas que tem a capacidade de
articulação e diálogo, capacidade de estarmos conversando com todas as frentes
que possam trabalhar e constituir alternativas para a cidade de Porto Alegre.
Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores; público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, foi muito
bem-vinda e aceita a presença do nosso Prefeito Municipal hoje, na Bancada do
Partido dos Trabalhadores. Percebemos que muitos são os políticos que querem ou
percebem que o importante é governar para todos. Às vezes, é visto em alguns
parlamentos, quando se têm sugestões da oposição, que, só porque é oposição,
tem que votar contra, não é, Ver. Mario Fraga?
Não é isso que se estabelece, por exemplo, na ideia
do nosso Prefeito Fortunati, que, acessivelmente, se prontificou a ter outros
encontros para discutir projetos importantes, estratégicos para a Cidade como,
por exemplo, a questão do metrô; a reestruturação das unidades de Saúde; a
implementação e a execução do Programa Bota-Fora, porque há tanto tempo se
critica o DMLU por não ter, de uma certa forma, uma resolutividade tão rápida e
tão presente.
Percebemos que tudo isso, nessa relação com a
oposição, se faz pontual, porque temos munição ou argumentos suficientes para
dizer o quanto é importante a CPI da Saúde, que investiga uma certa entidade
que desviou recursos volumosos e que ainda não os devolveu aos cofres públicos.
Por essa razão, se estabeleceu nesta Casa - e reforço a opinião do PSOL e do
PSB - uma relação ao inverso, onde se estabeleceu a vontade da maioria sobre a
minoria. Por isso a CPI estabelece que 12 assinaturas dão legitimidade para a
investigação, mas, quando esse Requerimento vier a Plenário, é óbvio que a
situação irá sepultar a ideia da CPI. Então, isso cai na frustração e na
crítica do povo de por que não investigar o que é evidente, o que é natural,
porque a própria investigação feita pela Polícia Federal diz que houve desvio
de recursos. Não estamos falando que não existiu, estamos falando o que, de
fato, uma instituição de grande credibilidade, que é a Polícia Federal, disse
no seu inquérito.
Por isso é óbvio que vamos insistir, que vamos
disputar esse Requerimento quando vier ao Plenário, porque a oposição tem que
ser responsável, dizendo exatamente o que aconteceu no passado e o que pode ser
evitado para acontecer no futuro.
Portanto, é muito importante, Ver. Pedro Ruas e
Verª Fernanda Melchionna, que essa relação do reconhecimento da minoria, 12
assinaturas, não possa ser jogada pelo instinto da maioria. É óbvio que, quando
temos apenas dez Vereadores da oposição, jamais teremos condições de ganhar nem
sequer um requerimento. Percebemos que os Vetos, que hoje são pautas essenciais
- todos os Vetos que foram estabelecidos pelo Governo -, não vamos ganhar,
porque não temos condições de convencer a situação, numa ampla maioria, numa
posição de Governo, de que aquele Veto é equivocado ou deveria ser revisto.
Esse Requerimento virá ao Plenário, sepultando a
CPI, infelizmente, mas temos que dizer ao conjunto da sociedade que não faltou
vontade política da oposição, que não faltou vontade do PSOL, do PT e do PSB
para que fossem esclarecidos os fatos. Infelizmente, esse Requerimento, que
será votado nos próximos dias, irá sepultar o que muito a sociedade gostaria de
saber. Saber, por exemplo, por que o Governo trouxe a Sollus para Porto Alegre,
que conseguiu, em pouco tempo, desviar tamanhos recursos; como o Governo
poderia buscar novamente esses recursos, coisa que a própria Sollus até hoje
não disse. O próprio Governo diz que parte desses recursos voltou, mas a
diferença, até então, não.
Queremos ampliar o serviço da Saúde, mas queremos
também a transparência dos serviços públicos. Por isso é tão importante termos
um site que funcione e que a verdade
seja dita no microfone ou na imprensa da nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Srª Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e
senhores presentes; nossos telespectadores e ouvintes, eu tenho acompanhado as
manifestações, os encontros e alguns desencontros que se processam com relação
à próxima disputa à Prefeitura Municipal de Porto Alegre para 2012. Quero
trazer uma saudação especial às Lideranças do PDT e do PT, que já estão se
reunindo para tratar de futuras e prováveis composições que nós, do PSB,
respeitamos.
Eu confesso que ainda não tive nenhum encontro mais
formal com a Direção do meu Partido - PSB - para tratar da questão eleições
2012.
Lendo os jornais e acompanhando aquela frase do
Ministro Lupi, eu, do PSB, acredito,
apoio, vou defender a proposta de estarmos ao lado do PCdoB, aqui no Município
de Porto Alegre. Esta história vem de longe, a questão da bipolaridade no
Município - e no Estado também -, onde sempre tivemos a disputa tipo Gre-Nal.
Nós, do PSB, na minha posição, estaremos juntos, o PCdoB, com a Manuela, PSB e
outros Partidos que, certamente, irão aderir, e formaremos uma composição
adequadíssima para a Cidade, composta de Partidos que não estiveram no poder
aqui no Município, com grandes chances de vitória.
Por isso quero cumprimentar as agremiações todas e
as suas composições que, certamente, ocorrerão. Agora, a nossa composição vai
expressar o novo para a cidade de Porto Alegre. Com esta composição, do novo,
formada por jovens, bem jovens, adultos e nem tão jovens assim, nós teremos,
sim, uma viabilidade bastante grande de trazer, minha cara Verª Maristela, para
Porto Alegre, uma proposta que seja a proposta pretendida pela sua gente. Por
isso, eu quero expressar desde agora, sem nenhuma conversa com o meu Partido, a
minha particular posição: nós formaremos, deveremos formar, precisamos formar -
seria o melhor para os nossos Partidos e para a cidade de Porto Alegre - uma
composição com o PCdoB, capitaneados pela Deputada Manuela d’Ávila. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.).
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; todos os
que nos assistem em casa e nas galerias; funcionários desta Casa, no decorrer
dos tempos, todas as cidades enfrentam o déficit habitacional; é uma calamidade
as pessoas irem morar nas encostas de morros, em beiradas de arroios, de
valões, expondo a sua família a doenças, a chagas, sem a mínima condição de
vida. Ontem, nós propusemos, com o consentimento do Presidente da Comissão de
Habitação da Câmara de Vereadores, a CUTHAB, e o Ver. Pedro Ruas, que seja
tocado pela Comissão um seminário estratégico com a finalidade de fazer um
diagnóstico e juntar todos os números sobre habitação em áreas irregulares de
Porto Alegre.
Então, nós teremos, se Deus quiser, em breve, um
seminário. Quando propus que um seminário sobre regularização fundiária fosse
instalado e conduzido pela CUTHAB, simplesmente quis fazer uma parceria muito
grande com os vários Vereadores que a compõem e com os Vereadores que não a
compõem, porque esta Casa tem um conteúdo muito rico de conhecimento sobre
habitação na cidade de Porto Alegre. Eu posso citar aqui vários Vereadores -
até não gostaria de citar para não cometer injustiças, mas vou citar -, o Ver.
Tessaro, que já foi diretor do DEMHAB; o Ver. Airto Ferronato; o Ver.
Comassetto; o Ver. Nilo, que conhece o assunto, pela FASC; vários outros
Vereadores que irão compor esse seminário.
Quero deixar bem claro: nós iremos não só apontar
as dificuldades, mas também tentaremos, de todas as formas, construir soluções
com o Poder Público Municipal, com o Governo Estadual, com o Governo Federal,
com o Ministério das Cidades, enfim, com todos os órgãos. Tentaremos também
atrelar a esse seminário as facilidades e os caminhos que nos oferece o Minha
Casa Minha Vida. Nós temos trabalhado muito essas questões. As pessoas ganham
pouco e, quando ganham para investir nas suas casas, não podem porque moram em
áreas irregulares, em áreas que dizem “de ocupação”. Nós podemos, sim, e temos
o direito e o dever de trazer à tona a legalidade dessas famílias nessas áreas.
Quero citar algumas áreas, por exemplo, na região Eixo Baltazar: a Vila
Amazônia, a Morada do Sol, apenas duas naquela Região, mas são várias as
regiões e milhares de famílias. Precisamos dar o direito a elas de fazer a
aplicação do seu recurso pouco, escasso, que conseguiram.
Por isso, Ver. Pedro Ruas, Presidente da CUTHAB,
precisamos encarar esse seminário e formalizá-lo. Temos que saber de quantas
moradias Porto Alegre precisa, quais as metragens das glebas de terra de que
necessitamos em Porto Alegre para resolver o problema de habitação e, com isso,
dar qualidade de vida. Tenho certeza de que estaremos ajudando em vários
segmentos da sociedade.
Isto é o que nós queremos e, através da CUTHAB,
juntos, vamos conseguir, com esse seminário, apontar o número e as soluções
para propor ao nosso Executivo, para que as coisas aconteçam.
Dessa forma, quero agradecer. Voltaremos ao tema e
estamos propondo, com o seu consentimento, Vereador, um seminário sobre a
regularização fundiária e habitação na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu venho a esta tribuna para, em primeiro lugar, cumprimentar o
nosso companheiro Sebastião Melo, que assume o Diretório Metropolitano até
outubro, quando faremos as eleições. Ele assume um mandato curto, mas que
servirá para que possamos organizar o Partido e enfrentarmos as eleições de
outubro. O nosso companheiro, então Presidente do Metropolitano, Luiz Fernando
Záchia, por questões regimentais, teve que se afastar, e também os demais
componentes por fazerem parte do Governo - e de acordo com o regimento do PMDB,
não é permitido que parlamentares exerçam funções no Governo.
A Bancada me autoriza a vir aqui para falar em
Liderança, e eu me dirijo especialmente ao Ver. Oliboni - porque todo o santo
dia ele só fala de um assunto: a CPI. Ver. Oliboni e demais Vereadores que me
assistem, não sei se tem algum Vereador aqui que é contra a CPI, mas são dois
fatos que precisamos registrar aqui. Um deles é que nós já temos uma CPI em
andamento. Esta outra CPI, Vereadores, sobre um tema que não precisamos ficar
repetindo, trata de assuntos que vêm sendo investigados pela Polícia Federal e
pelo Ministério Público. Então, por que nós, Vereadores, precisamos também tratar
desse assunto que está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia
Federal? Será que são eles incompetentes? Será que eles estão precisando da
nossa ajuda? Se a Polícia Federal e o Ministério Público enviarem um documento
aqui para esta Casa dizendo que precisam da nossa ajuda, aí muda de figura.
Colegas que vêm a essa tribuna defender a tese de
que Suplente de Vereador pode assinar CPI fazem uma analogia: assim como o
Suplente pode assinar projeto ou proposição, ele pode assinar CPI. Ele pode,
sim, evidentemente, só que, neste caso, a Verª Neuza assinou a CPI quando ela
estava no exercício do seu mandato, mas a propositura não aconteceu quando ela
estava no exercício do seu mandato - pegaram assinatura, engavetaram, seguraram
não sei quantos meses. Sendo assim, Ver. Pedro Ruas, na mesma linha, o Suplente
de Vereador pode assinar projeto, só que tem que protocolar o projeto quando
estiver no exercício do mandato. Se algum Suplente chegar aqui, assinar um
projeto e botá-lo na gaveta, passados alguns dias, ou meses, quando esse
Suplente não estiver no mandato, outro colega não poderá protocolá-lo. O
Suplente tem que encaminhar, ele tem que protocolar no momento em que ele está
exercendo o seu mandato. Nós temos que ter clareza. O que acaba acontecendo?
Fica chato as pessoas nos cobrarem na rua: “Vem cá, por que eles querem fazer
CPI, e vocês não querem?”
Por outro lado, eu não vejo nada de mais em os
senhores da Bancada do PT almoçarem com o Prefeito Fortunati, acho isso
maravilhoso. Quem sabe as discussões venham mais amenas? Como se diz lá na
minha terra, Adeli: foi só um cafezinho! Eu estou sabendo que a Verª Maristela
Maffei, do PCdoB, já está agendando um almoço ou um jantar com o PMDB. Não vejo
nada de mais nisso, eu até estou fazendo uma propaganda antecipada. Verª
Maristela Maffei, todos nós vamos lá, com certeza, prestigiar esse evento que
vai ocorrer com a Deputada Manuela. Não vejo nada de mais, assim como nós,
constantemente, temos participado de almoço ou janta com o Prefeito Fortunati.
Acho isso maravilhoso. À medida que tivermos um entendimento democrático,
aberto, fraterno, teremos, com certeza absoluta, Ver. Tarciso Flecha Negra,
discussões mais profícuas aqui, com mais objetivo, mais produtivas.
Parabéns a todos nós que temos condições de fazer e
essa visão de fazer esses encontros com os demais Partidos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. WALDIR
CANAL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, venho à tribuna para tratar de um
assunto que foi bastante debatido na última Sessão: transporte público. Naquela
oportunidade, eu não me manifestei porque estava concluindo um levantamento que
comecei devido a uma conversa que tive com alguns empresários, alguns
empregadores, até algumas conversas com agências de emprego. Na ocasião,
colocaram algumas dificuldades que estão acontecendo no sentido de proporcionar
melhorias no transporte a uma camada importante dos trabalhadores dos shopping centers, principalmente aqueles
que trabalham na limpeza e manutenção. Muitas vezes, o shopping center encerra as suas atividades às 22h, 23h, mas aqueles
que trabalham na limpeza e conservação ficam mais uma hora, uma hora e meia,
ficando, às vezes, até às onze e meia, meia-noite, meia-noite e meia. Em muitos
desses estabelecimentos, os funcionários acabam perdendo o ônibus, porque o
horário do último ônibus acaba sendo às 23h, às 23h30min. Lógico, estou falando
das linhas que atendem principalmente aos shoppings,
o Centro e o Aeroporto: são as linhas chamadas linhas B. É necessário que os
Vereadores se debrucem sobre esse assunto. Inclusive há uma matéria, do dia 22
de fevereiro deste ano, no Jornal do Comércio, falando exatamente sobre essa
dificuldade.
O Município vem oferecendo cerca de 300 vagas na
gastronomia. A dificuldade também é a mesma: os ônibus dessas linhas circulam
até 23h, 23h30min; depois, muitos trabalhadores têm que ir a pé para casa ou
deslocar-se a outros lugares para conseguir pegar um ônibus e chegar em casa.
Solicitei ao Presidente e aos demais membros da CUTHAB que façam um debate a
respeito disso. Se os ônibus de linha não estão conseguindo, talvez pela mesma
situação que já ouvimos muitas vezes - a falta de demanda -, algo deve estar
acontecendo. A população reclama; os fiscais vão lá e dizem que não há demanda,
mas a reclamação permanece. Alguma coisa não está funcionando. Se não estão
funcionando as linhas de ônibus, há que se propor, então, que os microlotações
cheguem até esses locais para resolver o problema desses trabalhadores. Temos
visto um aumento da atividade do comércio noturno. Os trabalhadores noturnos,
aqui em Porto Alegre, precisam ser atendidos. Inclusive foi colocado nessa
conversa que muitas agências e muitos empregadores têm dificuldade de contratar
trabalhadores da Zona Norte, por exemplo, porque algumas linhas de ônibus não
trabalham até tarde da noite, não possuem a linha “corujão”.
Então, Srs. Vereadores, trago esse assunto aqui
para registrar e manifestar essa preocupação que todos nós temos que ter. Vamos
iniciar esse processo, não apenas debater, mas propor que seja revisto e
solucionado para que sejam atendidos os trabalhadores de limpeza e conservação
também de bares e restaurantes, da área da gastronomia do nosso Município.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Srª Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público
que nos assiste, eu ouvi atentamente todos os pronunciamentos, inclusive o de
V. Exª, Ver. Bernardino Vendruscolo, quem eu respeito bastante - V. Exª sabe
disso - e com quem eu me sinto com amizade suficiente para tratar de temas com
franqueza, enfim, como temos tratado. Mas aqui na tribuna S. Exª, o Ver.
Bernardino Vendruscolo, não foi feliz, porque colocou algumas objeções em
relação à CPI da Saúde, cujos argumentos não podem ser aceitos. Uma delas, diz
o Ver. Bernardino: se a Polícia Federal ou o Ministério Público Federal nos
pedir auxílio, então, sim, faremos a CPI. Não, Vereador. Quem está nos pedindo
auxílio é o povo de Porto Alegre; quem está nos pedindo auxílio é a Saúde em
Porto Alegre; quem está nos pedindo auxílio é a ideia, é o conceito de
probidade administrativa. Jamais a Polícia Federal ou o Ministério Público
Federal nos pedirão auxílio, evidentemente não.
Diz o Ver. Bernardino Vendruscolo, ainda, que o
Projeto, depois, entre a 11ª e a 12ª assinaturas, ficou engavetado. Ora,
Vereador, ficou esperando a 12ª assinatura. Engavetada, querem que fique a CPI,
que não saia a CPI.
Levantava hoje o Ver. Oliboni uma questão séria. O
que está para acontecer é a inversão do princípio constitucional e universal do
direito das minorias, Ver. DJ Cassiá. A CPI é um direito das minorias. No
momento em que for submetido ao Plenário o Requerimento de CPI, nós
inverteremos, Verª Fernanda Melchionna, a quem eu agradeço esse tempo - porque
hoje V. Exª falaria, e vai falar, sobre o Pai Cleon -, mas nós vamos inverter,
de uma maneira trágica para Porto Alegre, o princípio da existência, o conceito
de CPI, como o direito das minorias. O direito das minorias é examinado e
deferido pela Mesa Diretora do Legislativo. Em nenhum Parlamento acontece de o
Plenário julgar um requerimento de CPI. Isso não existe, porque, na
Constituição Federal, é um direito das minorias - são 12 assinaturas -, e a
Mesa defere ou indefere! E não o Plenário, jamais o Plenário! Nunca haverá CPI
se for o Plenário, em governo algum, em composição alguma! Não há governo que
não tenha maioria no Plenário! Não existe! Todos os governos têm maioria no
Plenário! Todos! Portanto, no exato momento - e é importante registrar que nós
juramos defender a Lei Orgânica Municipal, a Constituição Estadual, a
Constituição Federal - em que nós submetermos a CPI da Saúde ao voto no
Plenário, nós acabamos com o conceito do direito da minoria. Por isso é
importante a reflexão antes de uma posição como essa! Antes! Porque isso vai
ficar marcado na história da Câmara. E já se sabe que jamais haverá CPI,
qualquer uma que não seja do interesse do Governo; o que, aliás, coloca em
xeque todas as existentes ou futuras, porque só ocorrem se forem do interesse
do Governo. Esse questionamento que traz a Plenário a votação de um
requerimento de CPI mancha a história democrática da Câmara Municipal de Porto
Alegre como um Parlamento, Verª Fernanda Melchionna, que, em 1884, quatro anos
antes do Brasil, aboliu a escravatura em nossa Capital, para muito orgulho de
quem é Vereador hoje, de quem foi Vereador no passado e será Vereador no
futuro. Não sejamos nós, na nossa geração e no nosso mandato, que vamos, de
alguma maneira, tisnar essa história, ofendendo um direito constitucional e
universal das minorias, que são as Comissões Parlamentares de Inquérito.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; senhores e senhoras, eu quero iniciar a minha fala contando sobre as coisas boas que têm acontecido na nossa Cidade. Hoje
pela manhã, foi entregue mais uma obra na Av. Nilo Peçanha com a Rua Carazinho
- uma grande obra. Infelizmente, seu Governo fez a 3ª Perimetral cheia de
sinaleiras e tranqueiras, Ver. Mauro Pinheiro, e agora o Prefeito Fortunati tem
que corrigir. Por isto seu sorriso de felicidade: sua região agora ficará
facilitada para quem anda na 3ª Perimetral. Então, quero parabenizar essa ação.
Ver. Mauro Pinheiro, diz aqui que vai melhorar em 70% o trânsito naquela
região! Ver. Mauro Pinheiro, o Prefeito Fortunati está dando uma mãozinha
corrigindo o que foi malfeito, e vai melhorar em 70% o tráfego naquela região.
(Aparte
antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. NILO SANTOS: Já melhorou, não é,
Ver. Brasinha?
Quanto ao pedido de
CPI, Ver. Oliboni, Ver. Pedro Ruas, é exatamente essa raiva com que é tratado o
assunto que nos deixa sem condições, Ver. Paulinho Rubem Berta, de aceitarmos
uma CPI na Saúde. Primeiro, por quê? Porque os dados que nos passam... E eu já
bati muito nesta tecla: digam o valor exato! E os senhores sempre batem na
tecla de 10 milhões, 10 milhões! Sem falar, Ver. Pedro Ruas ...
(Aparte
antirregimental do Ver. Pedro Ruas.)
O SR. NILO SANTOS: Hoje não, hoje não
foram citados valores, mas os senhores estão sempre batendo nessa tecla e, se
não fizerem uma observação do valor que está retido nos cofres do Governo, fica
muito difícil, porque passa uma informação para a população, que não é real,
quando ficam batendo nessa tecla, Ver. Oliboni, de 10 milhões, 10 milhões, 10
milhões, sendo que não é esse o valor! Então, fica muito difícil nós
acreditarmos em alguém que bate nessa tecla, dando uma informação errada, pois
nós não conseguimos acreditar que vão trabalhar com seriedade. Oposição tem que
ser equilibrada, não raivosa, e que não queira arrancar o Governo de qualquer
jeito; um Governo que foi eleito pelo povo! É bonita a palavra “democracia”!
Então que a respeitemos! Se o Governo que está aí hoje está trabalhando, Ver.
Paulinho Rubem Berta, é porque foi empossado pelo povo, Ver. Mario Fraga! O
povo determinou que queria esse Governo! E não é com raiva que vamos arrancar
esse Governo daí, até porque não se trata de nenhum país que
esteja vivendo um processo desses; é uma Cidade tranquila, uma Cidade que teve
um Governo reeleito. O Vice-Prefeito Fortunati assumiu a Prefeitura desta
Capital e a vem comandando com muita lucidez, com muita transparência, com
muito diálogo, ou seja, vem trabalhando forte, Ver. Mauro Zacher. Instalar uma
CPI, Ver. Luiz Braz, para ver se abala o Governo, para se preparar para a
próxima eleição... Porque é para isso! E no momento que faltam com a verdade e
não declaram valores corretos, para mim, não há seriedade no processo. Esta é a
minha opinião, é a opinião do meu Partido: não tem seriedade no processo. Abrir
uma CPI, Ver. DJ Cassiá, citando valores que não são os corretos, não é um
pedido de CPI sério, e não será uma CPI séria, a não ser que citem valores
exatos, corretos, trabalhem com lucidez, com tranquilidade, mas, com valores
incorretos, já partem mal! O início do processo já está muito mal!
Então, senhoras e
senhores, eu acho que esta Casa tem que deixar para a Polícia Federal fazer a
parte que já está fazendo, a PGM fazer a sua parte, o Ministério Público fazer
a sua parte, e esta Câmara, quando tratar desses assuntos, mesmo que tenha que
fiscalizar...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente desta Câmara,
Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e
senhores, Ver. Pedro Ruas, todas as pessoas deste Estado conhecem a competência
de V. Exª, porque essa competência já foi demonstrada em todas as vezes em que
V. Exª atuou nesta Casa, ou atuou na sua profissão - e, reconhecidamente, V.
Exª é um dos maiores no terreno da advocacia -, mas eu acho que V. Exª não
colocou tão bem assim este assunto da CPI e acho que, quando fazemos isso,
acabamos informando mal a opinião pública, sendo que a nossa obrigação é
informarmos bem a opinião pública.
O Requerimento que estamos para discutir neste
Plenário, que foi para a CCJ - e eu fui o Relator na CCJ -, não é um
Requerimento que discute se ele é ou não é válido para a CPI. É claro que V.
Exª sabe tão bem quanto qualquer um de nós que o Supremo Tribunal Federal
elencou normas básicas para o funcionamento de uma CPI e, dentre essas normas,
ressaltou o direito das minorias, mas acontece, Ver. Pedro Ruas - e V. Exª sabe
disso -, que temos de definir o que é minoria, porque, do contrário, um
Vereador é uma minoria, mas V. Exª sabe que um Vereador não pode vir aqui e exigir
uma CPI. Dois Vereadores podem? Então, quantos são? No nosso caso, V. Exª sabe
que somente com 12 Vereadores é possível solicitar uma CPI, isto é, 1/3 da
Câmara de Vereadores pode solicitar uma CPI. É o direito das minorias. A
minoria está definida em 12 Vereadores com relação a uma CPI. Ora, existe uma
discussão, Ver. Pedro Ruas, que é uma discussão diferente, porque, afinal de
contas, ela é básica para todos os outros pedidos de CPI que temos na Casa. Uma
assinatura dada em janeiro continua sendo válida em dezembro, mesmo se aquele
Vereador, ou aquela Vereadora, tenha deixado de ser Vereador ou Vereadora por praticamente dez meses? Ora, se isso fosse verdade - e
eu acredito que não seja -, eu tenho certeza de que Vossa Excelência, com a sua
capacidade e competência, num outro momento, também seria capaz de respaldar
uma tese como essa.
Sobre a Vereadora que
deu a sua assinatura em janeiro e deixou de ser Vereadora, em janeiro, é claro
que a sua assinatura não tem mais validade, e foi quando V. Exª entregou o
Requerimento à Mesa da Câmara, dando validade àquela assinatura que foi dada
muitos meses antes por alguém que tinha deixado de ser Vereadora. Se isso fosse
verdade, Ver. Pedro, um só Vereador, aqui na Casa, assinaria uma CPI, se
licenciaria, entraria um substituto, assinaria de novo, e assim nós teríamos
substituições até que todos pudessem assinar, e nós teríamos 12 assinaturas de
um só cargo. V. Exª sabe que seria uma coisa assim, que seria possível, sim;
estaria no terreno fático, mas seria uma coisa terrível para todos nós.
Então, eu acredito,
meu amigo Ver. Pedro Ruas, que todos nós queremos investigar todas as coisas
que acontecem, tanto é que V. Exª sabe que eu estou presidindo aquela CPI da
Juventude e tentando fazer o possível para que todos os segredos que estão
nessa área da Juventude possam ser desvendados, mas, com relação à Saúde, falta
uma assinatura. Eu acredito que a missão é descobrir quem é capaz de dar essa
assinatura para que a CPI possa ...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu escuto
Vossa Excelência, Ver. Pedro Ruas.
O SR. PEDRO RUAS: Eu agradeço a V. Exª
e peço licença ao Ver. João Dib. É que eu já havia antes, em função do Ver.
Luiz Braz, deixado de fazer esta Questão de Ordem, e vou fazê-la rapidamente.
Ela é importante, tem relação com o tema geral da Casa, Srª Presidente.
O art. 69 do nosso
Regimento Interno diz o seguinte (Lê.): “A designação dos membros da Comissão
Parlamentar de Inquérito caberá ao Presidente da Câmara, ouvidos os Líderes,
assegurando-se a representação proporcional partidária ou de blocos
partidários”. Ora, a designação dos membros da Comissão Parlamentar caberá ao
Presidente da Câmara. Nós já temos diversos dias - já são muitos dias! -, e não
conseguimos a instalação, porque não estão designados os membros da Comissão.
Ver. Braz, a Mesa deferiu; então, a Comissão tem que ser instalada. Há um
recurso? Irá a Plenário? Mas a Mesa deferiu; portanto, não há por que, neste momento,
não ter, pelo menos, uma das reuniões! Não há como não ser instalada a
Comissão. A Mesa deferiu.
O que há, neste
momento, que impede a instalação? A falta de designação dos membros! Então, eu
consulto V. Exª, que deferiu: se este artigo está em vigor, eu afirmo que a
designação deva ser feita e solicito que V. Exª o faça dentro das Bancadas
respectivas.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Questão de Ordem): Eu gostaria de saber em que tempo o Ver. Pedro Ruas falou, para que
outro Vereador tenha a mesma oportunidade. Gostaria que V. Exª nos dissesse em
que tempo o Vereador falou, para que possamos ter o mesmo direito.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Foi um
requerimento. O Ver. Pedro Ruas requereu que esta Presidência cumprisse o art.
69, se entendi bem. Estou dando um tempo um pouco mais largo aos Líderes para a
indicação dos membros.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, os
membros da Comissão de Constituição e Justiça me escolheram para
Vice-Presidente da Comissão. Eu e o Presidente discutimos muito esse tema lá na
CCJ, e V. Exª sabe que existe um Parecer votado com relação ao recurso que foi
impetrado a esta Mesa e que foi dado para a CCJ, e esse recurso tem que ser
discutido por este Plenário. V. Exª, que é cumpridora do Regimento, sabe muito
bem que tudo aquilo que é decidido pela Mesa, mas que não é acolhido pelos
Vereadores, cabe recurso à CCJ. Então, temos que dirimir essas dúvidas com
relação à decisão da Mesa, porque, senão, seria muito ruim que as coisas fossem
impostas dessa forma.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Presidente, eu
acompanho o questionamento proposto, para dizer que há uma confusão aí
instalada, principalmente fora da Casa, nos meios de comunicação. O que está em
discussão não é o mérito, e sim o recurso proposto por este Vereador - como
poderia ser proposto por qualquer Vereador -, atacando o ato de V. Exª por
entender que inexista o pressuposto da oitiva da Comissão de Constituição e
Justiça, na medida em que o Requerimento, em sendo uma proposição, como tal,
deve ser submetido sempre à Comissão de Justiça. Então, feito o recurso, este,
na Comissão de Constituição e Justiça, recebeu um Parecer, o qual deve vir a
plenário para examinar a decisão de Vossa Excelência. Não se discute aqui se é
válida ou não a assinatura no caso da Suplente, que apôs a sua assinatura ao
Requerimento na abertura da CPI.
Então, nós temos de
vencer esta questão preliminar. Ela é formal de conteúdo, de fundo jurídico.
Num segundo momento, entendo que, aí sim, se fará a análise efetiva - que ainda
não foi feita - da validade ou não da assinatura. Nós não conseguimos chegar a
esta fase ainda. Este é o meu entendimento.
O SR. DJ CASSIÁ: Srª Presidente, eu
gostaria só de uma informação. Esse deferimento foi feito por V. Exª, e não
pela Mesa - até porque há alguns colegas me perguntando, e eu disse que não foi
pela Mesa. Então, eu gostaria que V. Exª esclarecesse, só para deixar mais
claro às colegas e aos colegas que foi um ato não da Mesa, mas da Presidência.
Muito obrigado.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, eu
queria reler um parágrafo do Regimento, o § 1º do art. 69, para que fique claro
(Lê.): ”Deferida a constituição da Comissão, seus membros serão indicados num
prazo de [até] cinco dias”.
V. Exª deferiu a
instalação da Comissão, os trabalhadores da Câmara entregaram para todas as
Bancadas o pedido de solicitação de indicação do membro na Comissão Parlamentar
de Inquérito. Depois, houve um recurso em que V. Exª determinou a vinda do
recurso a plenário. Uma coisa não anula a outra. Foi designada, deferida a
constituição da Comissão Parlamentar de Inquérito, todos os Partidos foram
notificados, alguns indicaram os membros; outros, esperando a tentativa de
abafar a CPI, não o fizeram, mas eu solicito a V. Exª a constituição imediata
da CPI, porque está explícito no Regimento Interno, e nós temos que cumprir
este Regimento e cumprir o nosso dever parlamentar.
O SR. NILO SANTOS: Presidente, Sofia
Cavedon, V. Exª sabe que eu a considero muito, e o seu comportamento tem sido
elogiável nesta Casa, mas, sobre o deferimento dessa Comissão, a informação é
de que havia sido deferido pela Mesa, mas parece que, agora, foi uma decisão
sua, não da Mesa. Quem deferiu, na realidade, foi V. Exª, e não a Mesa?
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Nilo, eu
já esclareço. Em nenhum momento,
alguém disse isso, a não ser o Ver. Pedro Ruas, mas eu creio apenas como uma
forma de referir, porque ele sabe perfeitamente que não é quem deferiu, mas
quem encaminhou, porque eu sou obrigada e ordenada pelo Regimento a encaminhar
uma Comissão quando ela cumpre os requisitos previstos no Regimento. Isso é
importante para esclarecer a minha posição em relação ao recurso do Ver. Elói.
O Requerimento de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito não é votado em plenário. Ele não é um
projeto um requerimento que se vota em plenário. Os critérios para instalação
da Comissão são outros: é 1/3 de assinaturas e fato determinado, e isso foi
identificado pela Procuradoria da Casa como preenchido. Coube a esta Presidente
apenas encaminhar.
Quanto aos recursos,
não é um tema que tenha que ser levado à Mesa, Ver. Nilo Santos. Quanto aos
recursos, Ver. Elói, eu encaminhei o recurso de V. Exª à CCJ pelo amparo no
Regimento, porém sem suspensão de prazos, assim como, posteriormente, recebi um
recurso do Ver. Sebastião Melo, esse, sim, questionando a validade da
assinatura da Verª Neuza. E este também, com base no Regimento, eu sou obrigada
a enviar, e enviei à CCJ, mas também não suspendi prazo com entendimento de que
não tenho como julgar, a priori, que
o questionado, ou seja, a assinatura da Verª Neuza, não valia, porque, ao
suspender, eu faria isso. Este tema, na minha
avaliação, não tem discussão. Nós temos vários Suplentes de Vereadores ocupando
plenamente a Vereança, e todos os seus atos são válidos. Se eles saírem do
exercício - o Ver. Mario Fraga, inclusive, assim entendeu na reunião que fiz
recebendo a Verª Neuza Canabarro e o Collares -, assim que eles não estiverem
mais no exercício, tudo o que fizeram continua tendo validade. Então, esta
Presidência não pode decidir, pura e simplesmente, pela não validade de uma
assinatura. Encaminhei à CCJ, porque isso tem amparo no Regimento, e da CCJ
deverá vir ao plenário. Nós avaliaremos em plenário um recurso; depois outro
recurso. Estamos, neste momento, com os Vetos trancando a Pauta; portanto, não
há como avaliá-los agora. Após os Vetos, V. Exas priorizarão na
reunião de Mesa e Lideranças, e nós avaliaremos em plenário. O que informo a V.
Exas é que não suspendi os prazos em nenhum momento, porque seria um
julgamento que eu acredito que apenas os tribunais possam definir, se há
polêmica jurídica sobre a validade da assinatura da Verª Neuza Canabarro.
Quanto ao seu Requerimento, Ver. Elói Guimarães, eu não tenho como aceitar que
a maioria decida sobre a validade ou não da CPI, porque essa votação não está
prevista no Regimento, o Requerimento requer outras questões, e porque é um
direito da minoria, porque já teríamos a maioria, ou seja, uma posição a priori estabelecida.
O SR. NILO SANTOS: Srª Presidente,
então a Bancada do PTB não fará indicação enquanto a Justiça não se manifestar
em relação a este tema. E parece bastante democrático, Srª Presidente, que um
assunto tão polêmico como esse pudesse ter sido discutido com a própria Mesa.
Parece-me que foi uma atitude radical da sua parte; deveria ter repartido isso
com a Mesa...
(Manifestações fora
do microfone do Ver. Mauro Pinheiro e da Verª Maria Celeste. Inaudíveis.)
O SR. NILO SANTOS: Srª Presidente, se
eu não puder me manifestar neste microfone, corte o som, por favor, e não deixe
o Ver. Mauro Pinheiro nem a Verª Maria Celeste me podarem!
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Nilo
Santos, eu lhe peço apenas brevidade, eu o estou escutando. Há uma fila grande
e uma tarefa pela frente.
O SR. NILO SANTOS: Eu não usei nenhum
termo que fosse ofensivo! O Ver. Pedro Ruas fez quase um Grande Expediente,
como diz o meu amigo Ver. Alceu Brasinha. Então, Srª Presidente, parece-me,
sim, que deveria ter consultado a Mesa como a consulta para tantas outras
coisas. Se isso vai se tornar uma prática, não precisamos mais de
Vice-Presidente nem de outros membros nessa Mesa Diretora.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está
registrada a sua observação, mas, se há uma radicalidade, é o Regimento da Casa
e o direito das minorias.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, prezados colegas Vereadores, eu
ouvi atentamente o Ver. Elói Guimarães, o Ver. Nilo Santos e o Ver. Bernardino
Vendruscolo, e parece que não há uma compreensão de que esta Casa é política e
que a CPI é jogar o jogo conforme as regras da Casa. As regras estão claras:
neste carteado, a senhora está com o ás de ouros. Portanto, não tem como
entregar o jogo para aqueles que não querem fazer a CPI. Por quê? Primeiro, a
CPI é um direito das minorias; está definido no nosso Regimento que, com 12
assinaturas, deve ser instalada pela Presidente ou pelo Presidente - isso se
concretizou; segundo, o Ver. Nilo Santos se equivoca aqui, novamente, em dizer
que não vai indicar nomes. Não cabe a ele designar; cabe a ele relatar para a Presidente
quem são, porque o art. 69 do Regimento fala muito claramente. (Lê.): “A
designação dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito caberá ao
Presidente da Câmara, ouvidos os Líderes...” Ouviu os Líderes, e os Líderes se
negaram, a Presidente tem que executar o Regimento, Ver. Luiz Braz! Isto aqui é
uma casa política, e nós sabemos que o que está em debate aqui, agora, são os
que são contra e os que são a favor. E este tema já está claro que não vai ser
decidido nesta Casa: vai ser decidido nos tribunais de justiça. Portanto, esse
é o jogo que estamos jogando. Não tem que fazer meio-termo, e muito menos o meu
colega, o Líder do PTB, Ver. Nilo Santos, querer constranger a nossa
Presidente. Não, não tem constrangimento; tem é Regimento! Um grande abraço.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, sem
pretender polemizar, a divergência e o conflito na Casa se resolvem na forma do
Regimento, não de forma monocrática. E indicam o Regimento e a própria Lei
Orgânica que se tenham mecanismos coletivos para as decisões a serem tomadas.
Quando atacamos a decisão de V. Exª é exatamente neste aspecto: no entender
deste Vereador, a Comissão de Constituição e Justiça deveria ser ouvida a
respeito da matéria. Por outro lado, o direito das minorias, que é assegurado nos
Parlamentos, não retira da sua tramitação a legalidade. A legalidade é ínsita a
qualquer ação nos Parlamentos. É nesse sentido que foi feito o recurso.
Eu insisto, porque
está havendo grande confusão. Nós não examinamos, no recurso, o mérito. O
mérito seria: afinal, é válida ou não a assinatura do Suplente? Isso não é
objeto neste momento. O que é objeto neste momento é o recurso à decisão de V.
Exª, entendendo que V. Exª precisaria ter o pressuposto da legalidade para o
ato que efetivamente tomou.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon, eu acredito que a cultura lúdica do nosso Líder Comassetto está
com muitas falhas, porque, num jogo, nem sempre o ás de ouros é uma carta tão
importante assim, que é vencedora. Então, o Ver. Engenheiro Comassetto deve
corrigir um pouco a sua cultura lúdica.
Como V. Exª falou sobre o efeito suspensivo,
e V. Exª não deu o efeito suspensivo no Requerimento, eu devo apenas dizer à
Mesa, com todo o respeito que tenho por V. Exª, que não cabe a V. Exª decidir o
efeito suspensivo ou não, porque isso está no Regimento. O efeito suspensivo é
dado sempre que a matéria vai causar algum tipo de problema, risco ou perigo
para alguém: de difamação, riscos que, com muita dificuldade, poderão ser
corrigidos. Isso está lá na legislação, Verª Sofia Cavedon; não é do livre
arbítrio do Presidente dizer se nós vamos dar o efeito suspensivo ou não. Eu
acredito que, nesta matéria, como nós estamos colocando em risco muitas
pessoas, vamos incomodar ou chamar muitas pessoas, podemos causar injustiças a
muitas pessoas, e então, com toda a certeza, o efeito suspensivo teria que ser
dado para que o Plenário da Câmara fosse resolver, com todo o respeito que
tenho por Vossa Excelência.
A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidente, eu,
de fato, ainda não compreendi a ação dos demais Vereadores no Plenário,
Vereadores da situação; parece-me que está havendo um grande constrangimento
sobre uma decisão que V. Exª toma baseada no art. no 68, do prazo de
funcionamento, e especialmente no art. 58 do Regimento Interno da Casa, que diz
que, havendo 12 assinaturas em um Requerimento para instalação da CPI - que
tem, inclusive, o Parecer da Procuradoria da Casa, dando como aval líquido e
certo a assinatura da Verª Neuza Canabarro -, imediatamente o ato da Presidência
é a instalação da CPI. Não há questionamento sobre a sua atuação. Pode-se - e é
isso o que a situação faz - tentar embaralhar o processo, tentar suspender o
processo e questionar a assinatura da Verª Neuza Canabarro, o que, no meu ponto
de vista, é também equivocado, porque qualquer Vereador Suplente desta Casa age
com a maior normalidade na ação de proposição de Projetos, na aprovação de
Projetos. Quero aqui lembrar os Vereadores, especialmente os Vereadores do
PMDB, por exemplo, que o Ver. André Carús, hoje Secretário Adjunto da SMAM, teve aprovado o seu Projeto protocolado nesta Legislatura como Suplente e nem
sequer estava presente no Plenário no dia da aprovação do Projeto, nem sequer a
sua presença como Vereador titular era efetiva naquele dia! Portanto, esta Casa
é reconhecida na ação dos Vereadores Suplentes e titulares de uma Legislatura.
Está correta a sua posição. Lamento profundamente ver o jogo orquestrado da
situação. CPI é um direito das minorias; coletadas as 12 assinaturas, imediatamente
deve-se proceder como V. Exª fez. Agora já percebo a manobra pela não indicação
dos nomes, tentando constranger mais uma vez a Presidência e a Câmara
Municipal. Cabe agora, imediatamente, a indicação dos nomes para a composição
desta Comissão Parlamentar de Inquérito! Obrigada.
O SR. IDENIR CECCHIM: “Competenta”
Presidenta - se eu disser “Presidenta”, tenho que dizer “competenta” -, estou
muito preocupado com o tal do art. 69, que está colocando os trabalhos de
cabeça para baixo aqui na Câmara. Quero também lamentar que uma ex-Presidente
desta Casa, a Verª Maria Celeste, não sei se por má-fé, ou por esquecimento, ou
por falta de informação, ou por falta de hermenêutica, de ler as leis ou os
regimentos, compare a apresentação de um projeto de um suplente com a
assinatura de quem não era Vereadora quando foi apresentado. Ou a Vereadora não
sabe - e não merecia ter sido Presidente da Câmara se não soubesse isto -
comparar a apresentação de um Projeto de um Vereador, e ela falou do Ver. André
Carús. Realmente, mas ele estava aqui no dia em que ele apresentou, e a Verª
Neuza não estava mais. Ou a Verª Maria Celeste a está auxiliando mal com essa
informação, ou ela quer que isso aconteça. Não é possível! Ela está insistindo
com esse erro; é um erro infantil! Não é possível ficarmos ouvindo todos dias
esse erro, é um erro de hermenêutica; tem que estudar um pouco mais de
hermenêutica.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Srª Presidente, só para tentar ajudar, porque o Regimento, me parece que
é de uma clareza solar. Veja o art. 69. Vou reler, porque, por si só, ele é
autoexplicativo.
“Art. 69 - A designação dos membros da Comissão
Parlamentar de Inquérito caberá ao Presidente da Câmara, ouvidos os Líderes,
assegurando-se a representação proporcional partidária ou de blocos
partidários.”. E diz mais ainda:
“Parágrafo 1º - Deferida a constituição da
Comissão, seus membros serão indicados num prazo de cinco dias”.
Nós já estamos há 30 dias com a Comissão instalada,
e ainda não há designação dos membros. Então, há que cumprir o Regimento, e
está com sua autoridade. Obrigado.
O SR. NILO
SANTOS: Srª Presidente, citaram o nome do Ver. André Carús. O Ver. Carús é
Suplente, não está no exercício do seu mandato. Se ele chegar agora, aqui, ele
consegue protocolar um projeto dele, não estando no exercício?
(Aparte antirregimental da Ver. ª Maria Celeste.)
O SR. NILO
SANTOS: Por favor, Verª Maria Celeste, a senhora hoje tirou a tarde para causar
problemas.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Mas não é o caso. Ver. Nilo, se ele não estiver em
exercício...
O SR. NILO
SANTOS: Ele está em casa. Ele resolveu sair de casa com um projetinho embaixo
do braço, veio para a Câmara, ele vai conseguir protocolar?
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não, mas, no momento em que ele assumir...
O SR. NILO
SANTOS: Não? Então não tem valor a assinatura do Verª Neuza Canabarro, porque
ela estava em Casa no dia em que protocolaram o Projeto. Não tem explicação!
Isso é uma aberração! Obrigado. Boa-tarde para a senhora.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está registrado, a Verª Neuza assinou no dia em
que ela estava presente e em exercício.
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente, acho que
o Ver. Nilo, infelizmente, hoje está querendo constranger Vossa Excelência.
Acho que nós temos que prosseguir com a Sessão; a senhora sabe muito bem
cumprir o Regimento. Vamos cumprir o Regimento e vamos continuar a Sessão.
Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver.
Mauro Pinheiro.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Estou na mesma
linha do Ver. Mauro Pinheiro. Todas essas falas não encontram abrigo no nosso
Regimento; portanto, são antirregimentais. Nós temos Vetos a serem votados e
precisamos continuar a nossa Sessão. Muito obrigado.
O SR. PEDRO RUAS: Não vou aceitar essa
colocação do Ver. Nedel. O que eu falei aqui foi com base no Regimento da Casa,
artigo 69, § 1º. Eu não vou aceitar esse tipo de reprimenda que foi feita
agora, aqui, pelo Ver. Nedel e nem aquela do tempo utilizado pelo Ver. Nilo
Santos. Ele deveria cuidar melhor do seu tempo, e não cuidar do dos outros, que
é menor que o dele.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, eu
quero também dizer para a senhora que não concordo das palavras do Ver. Nedel,
porque, primeiro, ele gosta de defender banco. Então, que ele que continue
defendendo banco, que é melhor.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Senhores, o
Ver. Dib já falará em Liderança. Eu apenas entendo que os apartes trouxeram um
debate importante. Esse conjunto de apartes traduz o debate que está hoje
colocado na Câmara. Quero dizer a V. Exas duas coisas apenas: o que determina a legalidade de uma CPI é o número
de assinaturas de Vereadores no exercício na hora da assinatura, o fato
determinado e o prazo previsto no Regimento. Portanto, Ver. Elói, essa é a
legalidade. Segundo: estou cumprindo, neste momento, o artigo 69. Até hoje,
estou ouvindo os Líderes, mas é até hoje. Os recursos que estão na CCJ e que
saírem de lá virão a Plenário, e nós faremos o debate. Não está suspenso o
prazo, porque não está previsto isso, automaticamente, no Regimento. Essa
interpretação de lesão é uma interpretação subjetiva, e esta Vereadora, como
Presidente, entende que a maior lesão é romper com os direitos da maioria.
Então, isso, é claro, sujeito à avaliação de V. Exas, mas eu procuro estar ao máximo agindo conforme o Regimento orienta a
minha atuação nessa Gestão. Escuto V. Exª, Verª Maristela Maffei, e depois o
Ver. Dib, em tempo de Liderança.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada,
Presidente.
Eu gostaria de comunicar à Casa que desarquivei,
neste momento, um Projeto de minha autoria, de 2 de janeiro de 2002, que
estabeleceria normas para implantação de bicicletário no Município de Porto
Alegre e que, na época, teve o Veto Total do Prefeito Verle. Estou apregoando,
então, um Substitutivo a esse Projeto, para, com certeza, podermos colaborar
novamente com toda essa discussão, que não é de agora, mas, por tudo o que tem
acontecido e como teremos uma Audiência Pública, já poderemos, no conjunto,
também discutir esse tema. Muito obrigada.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): É muito pertinente o seu Projeto para debate,
neste momento, Verª Maristela Maffei.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; meus senhores e minhas senhoras, eu tenho convicção de que passei
no exame de tolerância, de paciência, observando todas as irregularidades
cometidas contra o Regimento Interno por quase todos os Vereadores que foram
àquele microfone. Portanto, até altero o pronunciamento que eu ia fazer e
também peço tolerância se eu passar dos cinco minutos e alguns segundos.
Em primeiro lugar, eu quero perguntar ao Partido
dos Trabalhadores por que contrataram a empresa Reação sem licitação, foi
declarada situação de emergência, e depois renovaram o contrato.
Em segundo lugar, não tenho apreço por nenhuma
Comissão Parlamentar de Inquérito que se faça nesta Casa. Neste mês, faz 40
anos que eu cheguei à Casa do Povo de Porto Alegre. Não conheço uma Comissão
Parlamentar de Inquérito que tenha resolvido alguma coisa.
Em terceiro lugar, nós já fomos ao Ministério
Público saber dos acontecimentos, e, nas Comissões de Inquérito, o Parecer com
as suas conclusões será encaminhado, conforme o caso, ao Ministério Público,
com cópia da documentação que comprova a responsabilidade civil ou criminal por
infrações apuradas para que adote outras medidas decorrentes de sua função
institucional.
Vou tentar colocar ordem na questão, como ensinava
o guru indiano àquele rico cidadão cheio de problemas. Ele disse para o cidadão: “Simplifica, meu filho!” Por isso, estou
tentando simplificar. Então, o PT vai me responder por que contratou duas vezes
a empresa Reação.
Por outro lado, eu
quero dizer que a Procuradoria, no Parecer que deu em relação à Comissão
Parlamentar de Inquérito da Saúde, sugeriu que o Presidente encaminhasse à
Comissão de Justiça para que ela desse um parecer. A Comissão de Justiça não
votou o Parecer; portanto, alguma coisa está errada. Cabe recurso da decisão da
Presidente também na forma do Regimento Interno, algumas vezes desrespeitado.
Eu gostaria de ler de
novo aqui - não é a primeira vez que faço isso -, já que tive que alterar a
minha ideia. (Lê ofício do Ministério da Saúde.): “Sistema Nacional de
Auditoria do SUS. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Relatório.
Evidência: Impropriedades na comprovação de despesas do Programa de Saúde da
Família, como discriminação insuficiente nas notas fiscais e falta de documento
fiscal, na execução do Termo de Parceria entre o Instituto Sollus e a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, resultaram em Tomada de Conta Especial
instaurada pela Procuradoria-Geral do Município. O montante total apurado
totalizou o valor principal de R$ 5.418.735,02 (Cinco milhões, quatrocentos e dezoito
mil, setecentos e trinta e cinco reais e dois centavos), que, embora de
natureza Federal - vínculo 45, não caracterizaram falha do Gestor Municipal de
Saúde, mas, sim, por atos praticados pelo Instituto Sollus, detectados na
análise das prestações de contas. A partir das constatações de impropriedades
nas prestações de contas, o Gestor Municipal de Saúde solicitou à
Procuradoria-Geral do Município a apuração dos fatos e providências para
ressarcimento por danos ao erário. Com a conclusão do processo e negativa de
recolhimento por parte da entidade, houve Inscrição em Dívida Ativa, pela
Secretaria Municipal da Fazenda de Porto Alegre, cuja Homologação foi publicada
no Diário Oficial de Porto Alegre, em 02 de maio de 2010. Encontra-se
atualmente em fase de cobrança executiva pela Procuradoria-Geral do Município,
com notificação em 14 de outubro de 2010, para o recolhimento do débito
atualizado.”
Devo informar também
que a Procuradoria vai a São Paulo para buscar esses recursos que são devidos
realmente ao Erário Municipal. Portanto, nós discutimos muito tempo e esquecemos
dos interesses da Cidade, que seriam os de resolver outros problemas, inclusive
uma série de Vetos que aqui estão colocados, um deles importantíssimo, que é o
Veto a uma série de Emendas feitas à Proposta Orçamentária no ano passado para
viger este ano. Agradeço a atenção de todos. Acho que consegui simplificar um
pouquinho; não havia necessidade de todos aqueles discursos que ali foram
feitos de forma antirregimental, quase todos. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; demais presentes que nos acompanham nas galerias, uma boa-tarde. Eu
lutei, durante dois anos, para que um Projeto, de minha autoria, fosse aprovado
pelos colegas Vereadores, a quem eu agradeço muito. Esse Projeto foi aprovado,
sancionado pelo nosso Prefeito, com sensibilidade da nossa Secretária Cleci, da
Educação, que é o Kit Escolar para
essas famílias que mais necessitam da rede Municipal de Ensino Médio.
Eu lutei muito, foi um sonho, por tudo que passei
na minha pequena cidade de Minas Gerais, onde eu tinha uma dificuldade imensa
para estudar, numa família muito humilde, era difícil conseguir o dinheiro para
ter o material adequado para a formação de um cidadão. Esse Projeto foi
aprovado, sancionado, e, na segunda-feira, o primeiro kit escolar do ano letivo de 2011 foi entregue no Colégio Neuza
Brizola, onde estava presente o Sr. Carlos Lupi, Ministro do Trabalho; o Sr
José Fortunati, Prefeito; o Sr. João Bosco Vaz, Secretário da Copa; o Sr. Kalil
Sehbe, nosso Secretário Estadual de Esporte, e todo o mundo aplaudiu e adorou:
“Que lindo esse Projeto!”
Esse Projeto é daqui da Câmara Municipal; todos
Vereadores foram sensíveis a ele e votaram unanimemente pela sua aprovação.
E eu, caminhando no Centro de Porto Alegre, entro
no Mercado Público, onde há a Feira do Material Escolar, e vejo familiares, que
são pais de alunos da minha escolinha - por quem eu lutei, para quem eu fiz
esse Projeto, para esse povo carente, esse povo que precisa -, comprando
material escolar. Falei para uma mãe: “Existe material gratuito para vocês no
colégio!” E ela me disse: “Tarciso, eu não sabia”.
É muito bom, gente, só sair na mídia sobre a CPI,
mas coisa que é da comunidade, de utilidade pública, para esse nosso povo de
Porto Alegre, não sai! Eu queria evitar que essas pessoas, que não podem
comprar, que não têm esse dinheiro, para quem isso é um sacrifício, comprassem
material escolar, mas está aí o Projeto, está aí o material.
Muitos perguntam: “O que os Vereadores fazem lá na
Câmara? Brincam de fazer política?” Não. Aqui dentro, nós fazemos projetos para
o povo, para aquele povo que mais necessita dentro de Porto Alegre. Está aí o
Projeto. Espero que toda a mídia mostre, divulgue esse Projeto, para que esse
povo mais carente não precise comprar o material escolar.
É difícil fazer um Projeto, ficar um ano em cima,
pedindo, mostrando, ter o Projeto aprovado, e não valer nada! Aquele povo
carente não vale nada? Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI
SELL: Minha Cara Presidente Sofia, eu gostaria que V. Exª pudesse anunciar, de
público, para todos os Vereadores que começaram a nos perguntar sobre a nossa
relação contratual com a Claro. Como nós tomamos uma decisão na Mesa, talvez
fosse importante que V. Exª pudesse anunciar para todos os Vereadores que estão
tendo gravíssimos problemas com essa empresa e, principalmente, com o aumento
da conta deste mês.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell lembra muito bem que a nossa Mesa
resolveu pelo cancelamento do contrato. Agora, nós apenas estamos fazendo os
procedimentos legais que ainda faltam para que não haja prejuízo a esta Casa.
Registro a presença da Verª Helen Cabral e do Ver.
Luiz Carlos Fort, ambos da Câmara de Vereadores de Santa Maria. Sejam
bem-vindos. (Palmas.)
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores e Vereadores de Santa Maria que nos visitam - sejam muito
bem-vindos. Eu gosto de ser arauto das coisas boas, e hoje aconteceu, em Porto
Alegre, o cancelamento da rotatória da Av. Nilo Peçanha com a Rua Carazinho,
uma obra há muito tempo esperada e que teve
três licitações desertas, e agora, o Secretário Cássio Trogildo, da SMOV, em combinação
com a EPTC, resolveu assumir a obra. Eu sei que, no seu tempo de Prefeito, Ver.
Dib, a SMOV e várias Secretarias realizavam obras com a sua própria equipe. E
agora retornou, na SMOV, a realização de obras com a equipe própria. E mais:
concluíram a obra 40 dias antes do previsto. A previsão é de resolver 70%
daqueles problemas de trânsito na rótula da Av. Nilo Peçanha com a Rua
Carazinho, realmente uma obra esperada pela
comunidade. Nós vamos ganhar muito tempo.
Quero cumprimentar o
Secretário Cássio Trogildo; o Secretário Vanderlei Cappellari, da EPTC; os
Secretários da SMAM, que, desde o Ver. Beto Moesch, meu colega de Bancada;
depois do Professor Garcia, e agora o Luiz Fernando Záchia, estão trabalhando
naquele Setor. Então, finalmente, hoje, o Prefeito Fortunati deu a partida nas
sinaleiras modernas lá colocadas. É uma alegria para nossa Cidade ter essa
importante obra concluída para melhorar o seu trânsito.
Também quero
cumprimentar aqui o Pingo Vilar, nosso assessor parlamentar junto à SMOV, que
sempre vem nos ajudar para que a SMOV atenda às demandas dos Vereadores.
Tenho outra notícia
boa e importante. Sábado, iniciou o funcionamento dos lotações junto à Hípica
para atender a comunidade da Av. Edgar Pires de Castro e da Av. Juca Batista.
Estávamos dois representantes da Câmara, eu e o Engenheiro Comassetto, que,
junto com a comunidade, encaminhou várias solicitações, e eu também ajudei a
articular. Enfim, foi uma vitória da participação popular, foi uma vitória da
comunidade.
Hoje, conversando com
o permissionário, vi o sucesso dessa linha de lotação. Então, quero
cumprimentar o Secretário Cappellari, a ATL e também o permissionário Olivaldo
Brusch por mais um empreendimento em benefício da população da nossa Cidade.
Temos ainda alguns desafios como o lotação para a Restinga ou um ônibus expresso
para Belém Novo. Então, a Cidade está de parabéns, Srª Presidente. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, muitos Partidos reclamaram da visita da
nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores, ao Prefeito Fortunati. Quero dizer
que o Partido dos Trabalhadores está aberto ao diálogo com todos os Partidos
políticos, com seus presidentes, todas as Bancadas, nem que seja para dialogar
pelo avanço da cidade de Porto Alegre. Portanto, podemos conversar com todos,
Ver. DJ Cassiá, sem problema algum.
Em segundo lugar, quero responder a algumas
questões que foram citadas aqui, Ver. João Antonio Dib, Ver. Bernardino, sobre
a CPI. Fala-se muito aqui que não há necessidade de CPI, porque o Ministério
Público e a Polícia Federal já estão investigando. Como integrante da CPI da
Juventude, estivemos conversando com o Delegado da Polícia Federal, Ildo Gasparetto,
que nos disse a seguinte frase: “É importante a CPI na Câmara de Vereadores,
independentemente das investigações do Ministério Público e da Polícia Federal,
porque todos conseguem investigar, e, juntando os fatos, a gente consegue
avançar”. O Delegado Ildo Gasparetto reconheceu a importância da CPI na Câmara
de Vereadores para investigar.
Outro fato: quando esteve aqui o Sr. Douglas, da DS
Equipamentos, ele também nos relatou, Ver. João Antonio Dib, fatos importantes
e que ele não havia sido convocado nem pelo Ministério Público, nem pela
Polícia Federal. Isso mostra que a CPI é importante, sim, porque aqui foram
levantados novos fatos, Ver. Paulinho Rubem Berta - que estava presente e ficou
indignado com as colocações do Sr. Douglas, por todos os fatos acontecidos -, e
mostra a importância da CPI, mesmo que o tema já esteja sendo investigado pelo
Ministério Público, pela Polícia Federal. Portanto, é, sim, necessária a CPI.
O Ver. João Antonio Dib nos cobra o contrato com a
empresa de segurança Reação. Realmente, Ver. João Antonio Dib, nós temos
dúvidas, por isso queremos uma CPI da Saúde para investigar todos os fatos:
quem contratou, por que contratou, se houve licitação, se não houve; uma CPI é
para apurar isso. Nós somos favoráveis, sim, já assinamos todas as CPIs que
foram pedidas nesta Casa. Assim como a população está no direito de cobrar, o
Vereador está no direito de não assinar a CPI. Por isso, é importante que a
nossa Presidente cumpra o Regimento com isenção e instale a CPI, isso está
previsto no art. 69 assim como em outros artigos.
Também quero aproveitar para fazer um link, dizendo que nós somos oposição,
sim, e não é porque recebemos o Prefeito José Fortunati na nossa Bancada que
vamos deixar de fazer oposição nesta Casa, Ver. Cecchim; continuaremos fazendo
o nosso trabalho de oposição e, quando for necessário, votaremos Projetos que
forem bons para a cidade de Porto Alegre.
Nós fizemos um Pedido de Informações, no dia 17 de
dezembro, sobre o Instituto Ronaldinho, o convênio da Prefeitura Municipal com
o Instituto Ronaldinho. Já recebi a resposta do Pedido de Informações, mas,
infelizmente, fiquei com mais dúvidas ainda. Uma delas é do número de convênios
que a Prefeitura Municipal tem com o Instituto Ronaldinho Gaúcho. Consegui
encontrar dois, na resposta do PI. Um deles é ligado ao Ministério da Justiça e
diz que o Ministério da Justiça assinou um convênio com a Prefeitura de Porto
Alegre no valor de 2 milhões 326 mil reais, e, nesse convênio que a Prefeitura
Municipal assina com o Ministério da Justiça, há uma série de fatores que ela
tem que cumprir. Um desses fatores é elaborar um plano municipal de segurança
pública, respeitando, entre outros, o requisito de integração operacional das
Polícias Civil e Militar do Estado. Pois bem, esse mesmo convênio que foi
assinado com o Ministério da Justiça, a Prefeitura Municipal assinou com o
Instituto Ronaldinho e repassou, na íntegra, esses 2 milhões, 326 mil reais
para o Instituto. Com isso, eu quero saber quem vai cumprir esses requisitos
que constam no contrato: o Instituto Ronaldinho ou a Prefeitura Municipal? Além
do mais, a primeira folha, onde deveria constar a assinatura do convênio entre
a Prefeitura Municipal e o Ministério da Justiça, não veio junto ao PI.
Portanto, estou fazendo um novo Pedido de Informações para o esclarecimento
desses outros fatos.
E quero dizer que vou fazer um Requerimento ao Ver.
João Carlos Nedel, Presidente da CEFOR, para que a Comissão chame essa
entidade, a Prefeitura Municipal e, se necessário, alguém do Ministério da
Justiça, para que possamos esclarecer esses fatos, tendo em vista que são
valores do Município de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ouço V. Exª, Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, V. Exª sabe que a coisa mais sagrada que nós temos é a
opinião pública, porque, afinal de contas, nós formamos aqui a opinião pública
e defendemos que ela seja muito bem informada. O Ver. Mauro Pinheiro dá uma
informação errada da tribuna, porque eu me lembro que, no Governo do Partido do
Ver. Mauro Pinheiro, a Bancada, então, não assinou uma CPI pedida também para a
Saúde, naquela época. Então, quando o Ver. Mauro Pinheiro diz que já assinou
todas as CPIs possíveis, não é verdade isso. E formar mal a opinião pública é
muito ruim.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Mauro Pinheiro.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Luiz Braz, quando eu falei da tribuna, talvez o senhor não tenha
escutado bem ou talvez não tenha prestado atenção. Eu falei que este Vereador
assinou todas as CPIs, e não disse que outros Vereadores assinaram ou não.
Todas as CPIs que, durante o meu mandato legislativo surgiram nesta Casa, eu
assinei. Foi isso que eu falei, Vereador.
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon – às 16h17min): Estão feitos os registros. Havendo quórum, passamos
à
ORDEM DO DIA
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1746/10 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/10, de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly,
que estabelece, no Sistema Único de Saúde (SUS) do Município de Porto alegre, o
atendimento em regime de mutirão.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do
Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 01-03-11
(terça-feira).
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 081/10 com Veto Parcial. O
Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para discutir o PLL nº 081/10, com
Veto Parcial.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Srª Vereadora-Presidente, Sofia Cavedon; Vereadores, Vereadoras; todos
que nos assistem, venho à tribuna para procurar explicar um pouco sobre as
razões deste Projeto e deste Veto Parcial. O que me motivou a trazer aos colegas
este Projeto é que sabemos, quem trabalha no SUS há muitos anos, o quanto
existe, em algumas especialidades, em algumas áreas de exames especializados,
em algumas áreas cirúrgicas, represamento nas consultas, nos procedimentos e,
muitas vezes, nos próprios exames complementares. Então, o objetivo é trazer
para Porto Alegre um regime de mutirão para que a nossa Secretaria Municipal da
Saúde, a nossa Prefeitura, identifique aquelas áreas que são mais difíceis,
onde os gargalos são maiores e que realize mutirões, fazendo, de uma maneira
integrada, em determinados períodos, com que nós diminuamos as filas tendo em
vista aquelas pessoas que estão, às vezes, há um, dois, três anos, aguardando
por um procedimento, por uma consulta, enfim. Esse é o objetivo do Projeto.
Na realidade, quando da apresentação do Projeto,
acho que os colegas lembram disso, eu apresentei, inclusive,
uma emenda, porque, originariamente, o Projeto estabelece mutirões trimestrais.
Então, eu fiz, na época, uma construção junto à Secretaria Municipal da Saúde,
para que esses mutirões ficassem a critério da Secretaria, mas não teriam uma
periodicidade definida. O Veto aposto ao Projeto é justamente nessa linha, qual
seja, de que não haja uma periodicidade definida nos mutirões.
Na ocasião, o Plenário
optou que houvesse essa periodicidade efetivamente definida e que fosse de seis
em seis meses, através de uma subemenda que foi aprovada pelo Plenário e aposta
ao Projeto.
Então, o Veto,
efetivamente, se refere ao parágrafo único, que estabelece, no Projeto, que
haveria uma periodicidade de três em três meses na realização desses mutirões.
Da minha parte, como
proponente do Projeto, eu acredito que seja indiferente a aceitação ou não do
Veto. Por quê? Porque eu acredito na nossa Secretaria da Saúde e que os
mutirões, efetivamente, serão realizados e propostos de maneira adequada pelo
Secretário e por sua equipe.
Caso a Câmara opte
por continuar havendo um período que, no caso definido, é de seis em seis meses
para que sejam realizados esses mutirões... E aqui trago também o parecer do
Ver. Luiz Braz na CCJ, que, de uma maneira hábil e peculiar e com conhecimento
de causa, definiu pela não aceitação do Veto, ou seja, definiu para que
continue a periodicidade a ser estabelecida. Então, eu acredito que essa é uma
definição que será estabelecida aqui pelo Plenário.
Eu, particularmente,
vou me posicionar de uma maneira favorável ao Veto, porque confio na nossa
Secretaria da Saúde. Agora, fica na avaliação de cada um se querem realmente
que seja colocado um período rigoroso estabelecido ou não, para que haja um controle
maior sobre essa situação. Muito obrigado. Saúde para todos. Espero ter
esclarecido.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra
para discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Saúdo a nossa Presidente; Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores,
colegas Vereadoras; público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje. Creio,
Ver. Dr. Raul, que a sua iniciativa é muito boa, porque ela reforça essa
parceria entre os Poderes Municipal, Estadual e Federal. Num passado muito
recente, por iniciativa, inclusive, do próprio Governo do Estado, do Município
e da União, através do Ministério da Saúde, já houve um mutirão na cidade de
Porto Alegre, e, queiram ou não, para aqueles que não o conhecem, esse mutirão
só foi possível, porque o Ministério da Saúde concordou em pagar uma diferença,
um plus, para que todas as entidades,
filantrópicas ou não, pudessem fazer uma ampliação das suas cirurgias ora
reprimidas, e se estabeleceu ali o grande mutirão das cirurgias de ortopedia,
que era, na época, uma demanda reprimida e que vinha sendo reclamada há muito
tempo, Ver. Cecchim. Pois não é só a área da Ortopedia que tem hoje um enorme
acúmulo. Existem muitas outras especialidades que hoje demoram anos para que o
cidadão possa fazer uma cirurgia.
Então, a ideia do mutirão é positiva, mas, para que
isso se realize, ela tem que ter uma parceria entre o Governo do Estado e a
União para aportar mais recursos, até porque são muito mais procedimentos a
serem feitos, mas aquelas entidades, ora filantrópicas ou não, conveniadas ou
não, o fizeram, porque houve um aporte significativo nesses novos procedimentos
elaborados à época.
O Ver. Dr. Raul, apesar de o Governo dizer que o
Projeto é inconstitucional, que, na verdade, ele não pode estabelecer prazo,
estabeleceu um prazo semestral, e o Relator deste Projeto, o Luiz Braz, que
está aqui presente, foi muito feliz na sua colocação em dar um Parecer
contrário ao Veto, porque, se nós não estabelecermos aqui, Ver. Braz, um
calendário semestral ou anual, isso não vai acontecer. Então, estabelecer um
tempo, semestral ou anual, é forçar o Governo, sim, para que, semestralmente ou
anualmente, saia esse mutirão de cirurgias, enfim, um mutirão que possa
atender, inclusive, até aqueles cidadãos que estão na fila há um ano, há dois
anos, e não conseguem consultar. Então o mutirão ora estabelecido, anual ou
semestral, em Porto Alegre, ou até em outro Município, é salutar, porque, da
forma como hoje está o gerenciamento da Saúde, a gestão da Saúde em Porto
Alegre, ela não está conseguindo atender à necessidade, à demanda, da Cidade.
Tanto é verdade que, há pouco tempo, estivemos discutindo esse assunto, quando
da votação do IMESF, e ficou claro e preciso, através das informações da
imprensa e do próprio gestor, que está sobrecarregado o sistema. E é por isso
que muitos cidadãos, por não terem o atendimento na Unidade de Saúde, estão
procurando as emergências dos hospitais. E as emergências estão lotadíssimas.
Tanto é verdade, que a grande maioria dos hospitais de grande porte, como o
Hospital Conceição, o Hospital de Clínicas, que hoje oferecem em torno de 50
leitos na emergência, estão com mais de 70, 80 pacientes com indicativo de
baixas. Essas Unidades tinham que ter, sim, o apoio dos Governos Municipal,
Estadual, Federal, para que se instituísse o regime de mutirão, porque só assim
se estabeleceria, ao invés do pagamento de hora extra, o sistema de mutirão,
para que o prestador de serviço ganhasse algo a mais como um incentivo para
realizarem, então, esse grande número de cirurgias ora estabelecidas em um
programa de mutirão.
Portanto, quero não só apoiar a iniciativa do Ver.
Dr. Raul Torelly, mas quero também conclamar os Vereadores a derrubarmos o
Veto, porque isso estabelece um compromisso do Poder Público em,
semestralmente, conduzir, sim, um programa de mutirão, seja ele de cirurgias,
de exames, ou de consultas, porque é de extrema importância, até não haver
alternativa, ter essa válvula de escape para o sistema em Porto Alegre, que até
então não está funcionando a contento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o
PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; senhoras e senhores, o meu amigo, Ver. Aldacir Oliboni, lembra bem
que, há algum tempo, foi feito um mutirão para resolver problemas que se
acumularam durante aqueles 16 anos em que o PT administrou esta Cidade. E
administrou tão mal, Ver. João Dib, causou tantos problemas na área da Saúde,
que as pessoas estavam desesperadas atrás de uma consulta, atrás de um
procedimento, e o mutirão foi a forma de resolver aquela situação.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. João Dib, com muito prazer lhe concedo o aparte.
O Sr. João
Antonio Dib: Nobre Ver. Luiz Braz, ninguém maltratou tanto o SUS quanto o Partido
dos Trabalhadores - desde o começo até o fim, nos 16 anos de administração da
Cidade. Eles não tiveram 16 anos de SUS, mas, no começo do SUS, eles retiveram
o dinheiro em CDBs, não passaram para os hospitais que deveriam receber e, ao
final, deixaram uma quantidade imensa de pacientes sem atendimento, fazendo com
que fosse necessário realizar um mutirão, o qual foi feito pelo então Prefeito
Fogaça, e que agora o Ver. Dr. Raul Torelly pretende reeditar e vai reeditar, a
despeito da sua manifestação, quando da discussão do Veto, dizendo para
aceitá-lo, porque ele já havia proposto uma emenda que dizia que o gestor
público fixaria o prazo.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. João Dib, sem falar que, no último dia do Governo do PT, eles
fizeram aquele convênio com o Hospital Conceição, repassando recursos da Saúde
para o Hospital Conceição e retirando verbas da nossa Saúde. Esse golpe que o
PT deu contra a Saúde foi um grande golpe dado contra o cidadão
porto-alegrense. E isso nós pagamos até hoje, porque, se nós formos pegar o
Orçamento da Saúde e formos recompor aquilo que poderia ser, Ver. Cecchim, e o
que é hoje, vamos ver o grande mal que o PT fez para a Saúde, aqui na nossa
Porto Alegre. Então, o discurso do PT tem que ser sincero, porque, senão, nós cometeremos
um crime, nós vamos enganar a opinião pública, e acho que não podemos fazer
isso.
Eu acho que tem razão o Ver. Oliboni, quando vem à
tribuna e fala da necessidade que nós temos agora de mutirões. Eu acho que nós
temos! Aquele mutirão que foi feito, Ver. Oliboni, para salvar aquela bagunça
que vocês fizeram nos 16 anos do PT, ainda não resolveu o problema. É claro,
nós temos problemas seriíssimos, e essa mania de fazer contratos terceirizando
a Saúde, como também aconteceu lá no Governo PT e que depois emendou com os
governos pós-PT, também é um terror! Afinal de contas, não devemos terceirizar
a Saúde: a Saúde deve ser gestada pelo Governo, pelo ente público que está à
frente da Administração, mas essa terceirização toda começou lá no Governo PT,
e essa roubalheira emendou e, infelizmente, Ver. Pedro Ruas, vem até os nossos
dias. Quem sabe, agora, com a fundação, Ver. Pedro? Eu não sei se V. Exª votou
pela fundação... O senhor votou contra, mas V. Exª sabia que alguma coisa
precisava ser feita; então, a fundação seria uma saída.
Nós demos o Parecer contra o Veto do Sr. Prefeito
Municipal porque nós achamos que também deve haver mutirão. Com o Veto do
Prefeito, acaba a obrigatoriedade de se fazer mutirão, e fica uma lei inócua.
Então, é melhor não haver lei. Mesmo recomendado pelo Ver. Dr. Raul para votar
a favor do Veto, eu vou votar contra o Veto...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Luiz Braz, vou lhe dar um minuto para
conclusão.
O SR. LUIZ
BRAZ: Verª Sofia, V. Exª, realmente, é uma pessoa muito gentil, e, com muita
competência, conduz esta Mesa de trabalhos.
Eu estava dizendo que o mutirão é necessário. O
Ver. Dr. Raul legislou de maneira correta, colocando uma periodicidade para o
mutirão. Depois, ele fez uma emenda, conversando com o pessoal da área da
Saúde, que retirava aquela periodicidade. O Governo faz se quer, então não
precisa de lei. Se eu estou fazendo uma lei para dizer para o Governo “faça
quando você quiser”, então não se precisa de lei. Por isso, Ver. Dr. Raul, me
desculpe - V. Exª sabe que o aprecio; V. Exª é um Vereador muito competente,
mas, com toda a certeza...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Srª Presidente, Srs.
Vereadores, quero pedir licença para sair um pouquinho fora da Pauta, Ver. Dib,
para engrandecer o nome do nosso representante Clube do Zequinha, que hoje está
disputando, com o Paulista de Jundiaí, a Copa Brasil. Ele é o nosso
representante, que tem a terceira força do futebol, demonstrando para nós que é
um glorioso. E nós temos o talentoso Francisco Novelletto, que é o Presidente
da Federação, que é Conselheiro do Internacional e o homem que mais incentiva o
futebol lá no Zequinha. Quero dar meus parabéns a esse querido amigo e ao
Zequinha, que é querido por todos nós - não é, Tarciso? Sabemos quanto isso é valioso
para nós, que gostamos de futebol.
Também quero dizer que gosto do mutirão, desde que
tenha verba garantida, Ver. Raul. Por exemplo, o mutirão que o Ver. Cecchim fez
para retirar os camelôs do Centro da Cidade e botou lá no Camelódromo. É um
mutirão, um belo exemplo de mutirão. Eu aplaudi e sempre quero dar os parabéns
ao Ver. Cecchim. Por exemplo, hoje, V. Exª estava lá na Av. Nilo Peçanha, onde
o Secretário Cássio Trogildo, junto com o Secretário da EPTC, junto com toda a
Mobilidade Urbana, fez um verdadeiro mutirão. E mais: entregaram a obra 40 dias
antes. Esse é um verdadeiro mutirão, Vereador, porque entregaram 40 dias antes!
Eu mesmo cobrei aquela rótula várias vezes! Eu dizia que engenheiro de trânsito
gosta de irritar; é igual a técnico de futebol, ele irrita o cidadão. Mas
gostei da atitude, desse mutirão.
Quero
dizer, Ver. Raul, com todo o respeito e admiração que tenho por Vossa
Excelência - começamos quase juntos -, que, se tivesse verba garantida, com
certeza, eu o estaria acompanhando, mas, como não tem, sou obrigado a ficar
junto com o Veto do Prefeito José Fortunati.
Esse mutirão, logo que o nosso querido Prefeito
Fogaça assumiu, foi implantado e beneficiou milhares de pessoas que tinham
consultas marcadas - lembro como se fosse hoje, porque acompanhamos juntos. Eu
queria acompanhá-lo, Vereador, mas, desta vez, não vou conseguir, vou ter que
ficar com o Prefeito, para o bem da Cidade, para o bem da comunidade. Se tem
dinheiro, a gente que votar a favor. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas
Vereadores e Vereadoras, é fundamental discutirmos este tema. Mesmo sendo
objeto de Veto, eu me lembro, Ver. Dr. Raul, que, no momento da aprovação do
Projeto, fizemos inúmeras discussões sobre o sistema e a proposição de mutirões
aqui na Câmara Municipal, primeiro, porque, prezado Romeu, um dos maiores
problemas sentidos pela população de Porto Alegre é justamente a Saúde: as
filas quilométricas em que muitas pessoas, nas Unidades Básica de Saúde,
esperam desde as cinco horas da manhã - no melhor dos casos, porque há casos em
que as pessoas passam a madrugada nas Unidades Básicas de Saúde esperando a sua
fichinha para garantir um atendimento; as cirurgias, que demoram anos para ser
concretizadas em várias especialidades do Sistema Único de Saúde. Recentemente,
ouvi o caso de uma senhora, Ver. Mauro Pinheiro, que estava grávida, pediu a
ultrassonografia pelo Sistema Único de Saúde e foi chamada depois de ganhar o
bebê para realizar a sua consulta. Não faz nem quatro meses que fiquei sabendo
dessa ocorrência que, de fato, é lamentável e mostra a morosidade do Sistema
Único de Saúde. E há vários culpados, Ver. DJ Cassiá. Eu diria que o problema
da não regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, que já foi votada e que
precisa ser regulamentada e garantiria mais 80 bilhões para o Sistema Único de
Saúde, é uma das questões que faz com que venham menos recursos para os Estados
e Municípios.
O não investimento, durante o governo Yeda Crusius,
no nosso Estado, foi uma vergonha, porque o Rio Grande do Sul foi o Estado que
menos investiu em Saúde do Brasil - do Brasil! Quando a Constituição determina,
Ver. Pedro Ruas, um investimento de 12% do Orçamento do Estado em Saúde, o
Governo Yeda investiu em um ano 5%, em um ano 4%, investindo menos que em
estados mais pobres como Piauí e Pernambuco, demonstrando a forma lamentável
com que a Saúde foi tratada nesse momento. E a Prefeitura Municipal também,
pois, sucessivamente, gasta mais dinheiro em publicidade do que com
investimentos concretos em Saúde.
Então, é um problema recorrente, é um problema que
existe e que precisa ser combatido de maneira a garantir as mobilizações
nacionais, estaduais e municipais, para que haja mais recursos para o
investimento público em Saúde.
É fundamental também investigar os esquemas de
corrupção. Lembro-me que, no início do ano, nós vimos que foram desviados 500
milhões de reais da Funasa - 500 milhões! -, e até hoje está por isso mesmo,
ninguém foi punido. Foram 500 milhões de reais dos contribuintes do nosso
Brasil, desviados da área da Saúde, e, lamentavelmente, até hoje, ninguém sabe
onde foi parar cada centavo desviado do povo brasileiro e que não está na
Saúde.
A mesma coisa no caso Sollus, aqui em Porto Alegre.
É fundamental essa questão da investigação do caso Sollus para garantir que se
saiba onde foram parar os 9,6 milhões de reais desviados da área Saúde em Porto
Alegre.
O Projeto do Ver. Dr. Raul é modesto, mas é muito
interessante, e me espanta que o Prefeito tenha vetado um Projeto interessante
para área da Saúde, que é garantir, Ver Pedro Ruas, através de mutirões, a
realização de cirurgias previamente marcadas que não foram até hoje
concretizadas. E não só cirurgias, em que pese a discussão de como isso se
relaciona com o Sistema Único de Saúde, que é uma discussão
importante, à qual nós não nos furtamos. De qualquer sorte, o Projeto de
mutirões parece interessante e me lembra os projetos que os médicos cubanos
realizam não só em Cuba como em vários outros países, garantindo o atendimento
nos bairros pobres, assim como agora está instituído na Venezuela, o “Misión
Barrio Adentro”.
Eu queria concluir,
Presidente - e, se possível, assegurar o tempo, um segundinho -, com uma
experiência muito interessante para que sirva de debate no Brasil, da
Universidade Bolivariana da Venezuela, em que os estudantes, desde o primeiro
semestre de faculdade, estão vinculados aos bairros, fazendo mutirões, Ver. Dr.
Raul, desde o primeiro semestre, junto com os médicos, junto com as equipes
profissionais, garantindo atendimento às populações de mais baixa renda...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mario
Manfro solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores;
meus senhores e minhas senhoras, eu acho que não precisava haver discussão
maior em torno do Projeto vetado parcialmente, porque o autor do Projeto, que
teve a sua Emenda vetada, diz que aceitava, porque confiava e confia na
Secretaria Municipal da Saúde. Cabe a nós exigirmos depois que haja o mutirão,
porque, durante todo o tempo do PT, não houve. Veio o Prefeito Fogaça, com o
Dr. Pedro Gus, da Secretaria da Saúde, fizeram um mutirão - 4.500 cirurgias.
Então, nós temos
convicção de que temos força, através das Lideranças, de pressionar a
Secretaria, que já aceitou a ideia do mutirão. Isso é assunto pacífico, mas eu
não posso ouvir que a Prefeitura gasta mais em publicidade do que em Saúde,
porque eu estaria ficando preocupado com o que a Prefeitura gasta, mas não é de
hoje; o PT também gastava de 18% a 20% do seu Orçamento na Saúde. Portanto, eu
não posso pensar que a Prefeitura gasta 300, 400, 500 milhões de reais em
publicidade. Apenas eu precisava fazer este registro: vinte por cento de 3
bilhões de reais são 600 milhões de reais. Nisso a Prefeitura nunca pensou. Nem
os gastos de 16 anos, somados, chegam a essa importância. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. DJ Cassiá, na
presidência dos trabalhos; demais Vereadores e Vereadoras, estamos aqui para
discutir a respeito da Saúde. Se há tanta discussão, Ver. Dr. Raul, em cima do
seu Projeto, se derrubamos o Veto ou não, é porque é um Projeto importante. É
importante este Projeto do mutirão porque dá provas que a Saúde não está bem.
Ver. Dr. Raul, V. Exª, que é um excelente médico, se a Saúde pública em Porto
Alegre estivesse bem, Ver. Airto Ferronato, não necessitaria de mutirão. Então,
isso prova que temos graves problemas nessa área em Porto Alegre. Nós, que
somos Vereadores, que andamos pelas comunidades, sabemos disso, porque
diariamente estamos recebendo reclamações em nossos gabinetes, por e-mail ou quando andamos nas
comunidades, sobre a dificuldade que as pessoas têm de serem atendidas nos
postos de saúde, porque falta atendimento.
Agora, Ver. João
Antonio Dib, com a aprovação da Fundação, tudo vai ser resolvido! Vão acabar os
problemas da Saúde em Porto Alegre! Todos vão ser atendidos. Foi isso que eu
escutei aqui da base do Governo, Verª Fernanda: que, com a Fundação, a Saúde
não vai ter problema. Então, nem precisaria mais um mutirão, Ver. Dr. Raul, mas
sempre é bom aprovarmos o mutirão, porque eu também não acredito que a Fundação
vai resolver todos os problemas, Ver. Brasinha.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, V. Exª sabe o quanto eu
o admiro, mas eu gostaria de lhe fazer uma pergunta: como estava a Saúde quando
vocês entregaram a Prefeitura após os 16 anos. Gostaria que V. Exª tivesse
visitado os postos para observar a situação em que eles estavam. Hoje, não está
cem por cento, mas que está bem melhor, Vereador, está.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Brasinha, já que
V. Exª me pergunta, eu vou responder. Se a Saúde tem problema - e tem, e todos
sabemos -, eu quero lhe dizer um dos grandes problemas, e o Ver. João Antonio
Dib é um mestre nos números. Se a Prefeitura cumprisse os convênios que faz com
os hospitais como o GHC e o Hospital de Clinicas, a Saúde seria bem melhor. Há
um convênio assinado entre a Prefeitura e esses dois hospitais, do ano de 2008,
e, em 2009, não foi repassada a verba para essas instituições. O engraçado é
que, para outros hospitais, foi cumprido o convênio, Ver. Pedro Ruas, mas para
o GHC e o Hospital de Clínicas não foi! São convênios na ordem de 8 a 10
milhões cada um, Ver. João Antonio Dib, e não foram repassados nos anos de 2009
e 2010! Tanto é real esse convênio, que, a partir de 2010, começaram a pagar
alguma coisa. Se a Prefeitura repassasse, Ver. Dr. Raul, V. Exª, que é médico,
esses valores para esses hospitais, com certeza a Saúde estaria melhor, apesar
de que esses hospitais continuaram exercendo a sua função e continuaram
atendendo, mas o Governo Municipal deixou de passar 8 milhões de reais para
esses hospitais no ano de 2009.
É real, Ver. João
Antonio Dib! Mostro-lhe os números, mostro-lhe os documentos, Ver. João Antonio
Dib. É só o senhor fazer um Pedido de Informações; o senhor pode pegar o
telefone e ligar para Secretária de Saúde, que o senhor vai ver que não foram
cumpridos os acordos firmados entre a Prefeitura, o GHC e o Hospital de
Clínicas. Não foram repassados, Ver. Idenir Cecchim, valores na ordem de mais
de 8 milhões para esses dois hospitais!
Portanto, vamos
votar, sim, contrariamente ao Veto, porque, infelizmente, a Saúde em Porto
Alegre está ruim, não há o atendimento necessário, porque, se houvesse, não
precisaríamos fazer mutirão! Infelizmente, o mutirão vai ser necessário, porque
a Saúde em Porto Alegre está um caos, e não há atendimento para as pessoas.
Portanto, vamos atacar de mutirão, já que a Saúde não está funcionando como
deveria. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): o Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, eu acho que esse
café da manhã fez muito bem para o PT. Olha, eles estão numa animação hoje...
Estão tão animados, que dizem tanta bobagem e se esquecem de tanta coisa! O meu
amigo Ver. Mauro Pinheiro, colega da Comissão de Economia, Finanças e
Orçamento, junto com o Ver. Dib, o Ver. Nedel e o Ver. Ferronato, todos
competentes, e com este humilde Vereador que está aprendendo com eles na
Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, na semana que passou analisamos os
dados, ouvimos e vimos, nas transparências mostradas pelo Secretário da
Fazenda, que o Governo Federal repassou 4% a menos do que tinha repassado no
ano de 2009 para a Saúde. Ver. Brasinha, o Governo Federal deixou de repassar
dinheiro, passou a menos, com toda a farra que o Governo Lula fez - que agora
nós vimos que era uma verdadeira farra, irresponsável, porque agora o juro está
subindo, cancelaram até o Minha Casa, Minha Vida. Não se vai construir mais
casa como se construía, não vai se fazer saneamento como era para ser feito.
Isto, sim, faz com que filas sejam criadas na Saúde, Ver. Mauro Pinheiro, é a
falta de responsabilidade do Governo Federal. Nós vimos reportagens no
Fantástico, no Globo Repórter, sabe lá onde, em todos os lugares, que as
pessoas estão morrendo de norte a sul do Brasil, pela irresponsabilidade.
Primeiro, a do Governo Lula, que afundou a Saúde nos oito anos; agora, a
coitada, a pobre da Presidente Dilma, Junto com o nosso Vice, Michel Temer, são
obrigados a botar o pé no freio, e as pessoas vão começar a morrer.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, V. Exª mora na Zona
Norte, e nós moramos bem perto do Postão. Em 2004, 2003, o caos que era para
conseguir uma ficha! As pessoas tinham que ficar a noite toda para conseguir
uma ficha! Será que o Ver. Mauro Pinheiro, os Vereadores do PT, não lembram do
passado? Será que esqueceram? Será que nos falta lembrá-los? Por quê? Será que
passa tão rápido? É um filme na vida das pessoas? Eles têm que lembrar de que,
se existem culpados, os culpados são eles.
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Vereador.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Cecchim, eu fiz um contato agora
com a Secretaria da Fazenda, e posso informar ao PT que a Prefeitura não deve
nada para o Grupo Hospitalar Conceição. Houve, sim, uma alteração nos valores,
e, para que pudesse ser pago, precisava um aditivo do contrato. Já foi feito, o
Grupo Hospitalar Conceição esteve lá na Prefeitura, já está tudo saldado, tudo
sanado. Não há nenhuma pendência.
O SR. IDENIR CECCHIM: Então, falta
informação ao Ver. Mauro Pinheiro, que é um Vereador atento, mas, desta vez, ele
passou. O Hospital Conceição presta grandes serviços à Cidade, realmente. Pois
não, Verª Maristela.
A Srª
Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Cecchim, eu quero dizer que levo em consideração o que o Ver. Dib
está dizendo, mas vou confirmar isso com o Superintendente, Dr. Neio, para ver
isso, de fato, em números e, inclusive, trazer aqui para esta Casa. Obrigada.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado. Eu acho que nós, em pouco tempo, conseguimos repor a verdade.
A primeira verdade é que a Saúde afundou nos oito últimos anos, e afundou com
fotografia, afundou com imagens claras, de norte a sul do Brasil! As imagens
que nós estamos vendo nas últimas semanas na Rede Globo... Eu não sei o que
houve entre a Rede Globo e o atual Governo - não sei, mas está começando a
aparecer cada coisa, que dá vontade de se assustar. Não podemos nos assustar,
mas tem coisa muito ruim por vir para piorar ainda mais. O Governo Federal, nos
últimos anos, afundou a Saúde, liderado o Governo pelo Lula, e agora a
Presidente Dilma, com o Michel Temer... Pois não, Ver. Airto Ferronato.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com todo o
respeito, eu, às vezes, não me compreendo. Nós estamos tratando de um Veto,
aceito o pedido que se mantenha pelo seu autor, e nós estamos conversando,
tratando de Saúde, correto? V. Exª fala e diz do Governo Federal, criticando a
Presidente Dilma ...
O SR. IDENIR
CECCHIM: Não, me solidarizando com a Presidente Dilma.
O Sr. Airto
Ferronato: O PMDB tem o Vice-Presidente do País. Agora, acreditamos que a coisa
vai melhorar, então.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Acho que vai, sim; pelo menos, mais responsabilidade está tendo no
Governo. Mais responsabilidade está tendo nesse Governo! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. ADELI
SELL: Eu vou devolver os óculos para o Ver. Idenir Cecchim, porque, quem
sabe, ele olha algumas matérias do passado recente sobre a Saúde no Brasil,
porque é fácil ver nos jornais que o Ministro da Saúde do Governo Lula foi o
peemedebista Temporão, foi do seu Partido. Foi do seu Partido! E acho que
aconteceram coisas importantes naquele Governo. E, neste Governo, o Ministro
petista dará não só continuidade ao que foi feito pelo Temporão como também
fará alguns outros enfrentamentos necessários. Um deles é essa máquina poderosa
dos laboratórios, e a outra coisa é que nós temos que enfrentar são algumas
corporações. Eu sei que alguns médicos vão ficar brabos. Eu recebi uma carta de
quatro laudas de um médico amigo meu, que trabalhou 56 anos no Pronto Socorro,
com quem dialogo frequentemente e aprendo muito, sobre a questão da Fundação. E
esse é um debate que vai continuar, porque as Prefeituras estão fazendo
Fundações. Eu acabei de me reunir com um advogado amigo meu que está
assessorando - pasmem - a Prefeitura petista de Esteio para fazer uma Fundação.
Então, esse é um debate que vai continuar.
Nós não tínhamos acordos aqui, e eu me lembro de
que havia um Vereador da base do Governo - um, pelo menos - que começou
atacando duramente a questão da Fundação. Então, é um tema complexo! Eu não
tenho muita simpatia por mutirão, necessariamente, mas não vejo oposição
também, Ver. Dr. Raul. Eu vou acompanhar a defesa do mutirão pela situação de
gravidade de Porto Alegre. Inclusive foi o Ver. Oliboni que fez uma sugestão ao
Prefeito Fortunati hoje de manhã, e ele gostou. Nós somos uma oposição
propositiva, que não “chuta nas canelas”, que propõe coisas positivas, que as
fichas sejam entregues sempre no dia anterior, à luz do dia. Não precisam as
pessoas irem nas madrugadas frias para o Postão ou para o postinho de saúde. O
Prefeito gostou, e nós temos que fazer isso.
Agora, com Fundação ou sem Fundação, eu já escrevi um artigo, que foi publicado na semana passada no Sul 21, sobre essa
questão da Saúde. E na verdade, Ver. Raul, nós temos que discutir algo mais
profundo, que é o Estado brasileiro, qual é a modelagem do Estado brasileiro,
porque nós estamos discutindo isso. Não é o Estado mínimo do neoliberalismo
falido; não é o Estado máximo do real socialismo, também falido; é o Estado
correto, adequado, justo, que integra, que respeita, que é democrático, que é
participativo e que atende às demandas da população. Esse é o Estado que nós queremos.
Se fosse nos velhos tempos da guerra fria ou do stalinismo reinante na
esquerda, eu seria considerado um social-democrata empedernido, mas eu prefiro
as grandes reformas que levam à revolução do que a revolução que leva à
destruição. E esse é o debate, Ver. João Dib. Por isso eu acho que nós devemos
votar com o Ver. Raul para que nós tenhamos, sim, mutirão para resolver os
graves problemas da Saúde pública em Porto Alegre.
Agora, esse é um
debate que não termina aqui. Quem sabe - eu terei o prazer de dirigir a Escola
do Legislativo - nós possamos, Ver. Raul, fazer um debate sobre a modelagem do
Estado brasileiro, e conto com a sua participação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Vereadores, Vereadoras e aqueles que nos assistem, é importante
que se resgate essa ideia que o Ver. Dr. Raul, sempre presente e avançado nas
boas ideias, propôs neste Projeto para normatizar, regularizar os mutirões em
Porto Alegre. De fato, isso não pode ser a rotina ou a norma, mas, como nós
estamos defasados nesse tipo de serviço, foi muito importante a inovação produzida pelo Secretário Pedro Gus, que foi o primeiro a
instituir o regime de mutirões aqui em Porto Alegre, até para dar conta da
defasagem, do atraso, em especial para aquelas cirurgias mais delicadas como as
ortopédicas, as cirurgias de correção, que, se não feitas, levam à deformação,
a prejuízos irreversíveis aos pacientes, aos cidadãos. Então, ele teve uma
iniciativa que, de fato, foi importante.
A política não pode
ser toda a norma, porque a norma e a rotina devem absorver as pessoas em uma
natural fila, em um período aceitável, em um esforço gerenciado e atendido, mas
é necessário dar conta da defasagem, do atraso, e isso não tem outro jeito,
senão feito com o sistema de mutirão.
Foi uma iniciativa
importante, que contou com o repasse de recursos do Governo Federal. Houve uma
verba destacada especial para tanto, e isso foi importante, assim como foi
importante a parceria do PMDB, que veio aqui e atacou o Governo Federal, mas o
PMDB fez parte de forma muito importante do Governo Federal, Ver. Pujol. V. Exª
não, V. Exª é oposição clara e declarada, não tem obrigação de defender o
Governo, mas quem vive do Governo Federal - como tínhamos aqui alguém que esbravejava
sempre, que atacava o Governo, depois recebeu alguns carguinhos e ficou muito
dócil - tem que defendê-lo; todo o mundo sabe quem é, não precisa dizer o nome.
É bom que se diga que quem está lá no Governo tem, no mínimo, obrigação de
sustentar o Governo.
Fez muito bem o
Secretário Pedro Gus, foi um dos acertos que teve na Secretaria; não foram
muitos, mas este foi um acerto: o sistema de mutirões para resgatar aquelas
intervenções, principalmente cirurgias que estavam na fila de espera há dois,
três, quatro, cinco anos. E teve a pronta colaboração do Ministro Temporão, do
PMDB, muito importante, assim como foi muito importante, decisiva e fundamental
a presença do PMDB no Governo, na composição da vice-presidência na chapa da
companheira Dilma, para a vitória da reeleição do projeto hegemônico em plano
federal.
Portanto, dizer que não tem nada a ver, parece-me
um tanto estranho, porque, se não fosse a força do PMDB, talvez a Dilma não
fosse a Presidente, mas é porque foi assim feito, e foi assim acordado.
Portanto, o PMDB daqui tem, sim, também, cumplicidade e colaboração com os
resultados - isso é da democracia -, assim como o PMDB foi fidelíssimo, agora,
na votação do salário mínimo. Aliás, foi a Bancada mais fiel de todas ao
Governo Federal.
Portanto, não dá para se eximir, Ver. Cecchim,
porque o PMDB, de forma correta, é Governo até o último instante. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir
o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, isto não é
uma trova, Ver. Todeschini, mas eu tenho até a intenção de seguir de onde V.
Exª parou.
E quero só dizer o seguinte: na verdade, durante
todo o ano passado quando foi vendida uma imagem extremamente positiva do País
e que não correspondia à realidade, o PMDB esteve ao lado do Governo Federal,
esteve e está; e não está somente agora. Esteve no Governo Lula, fez a campanha
inteira durante seis ou sete meses, dizendo que o País estava uma maravilha.
O Ver. João Dib falava há pouco de um investimento,
nos anos 90, de milhões de reais em CDBs, que deveriam ter sido destinados à
Saúde. E isso é um escândalo, Vereador! Mas quero dizer que um erro não
justifica o outro, e dois erros não fazem um acerto. Então, nós não temos como
aceitar esses argumentos de que, lá atrás, em tal ano, em tal época, houve erros graves. E houve; ocorreram erros gravíssimos, mas isso não
justifica que tenhamos, Ver. Todeschini, que continuar errando, porque eu
tenho, Ver. Dr. Raul, não só respeito por V. Exª como pelo seu trabalho, e este
Projeto é importante. Sei e compreendo a posição de V. Exª de aceitar o Veto.
Não questiono isso. Apenas recordo o seguinte: nós, aqui, somos agentes
políticos, e um projeto se desvincula até da autoria. O Projeto de V. Exª é
bom, é importante, desvincula-se da autoria; não está mais ao alcance do Ver.
Dr. Raul aprovar ou não aprovar, rejeitar ou não rejeitar o Veto. Eu considero
o Projeto, desde a origem - porque votamos a favor do Projeto -, muito bom,
importante mesmo. Nós tivemos exemplos em vários países, e agora ouvimos o
relato da Verª Fernanda Melchionna, que estava na Venezuela, onde houve
mutirões importantes. Esses mutirões, Ver. Dr. Raul, de fato, já são hoje uma
ideia aceita por todos; há quase um consenso em relação à sua necessidade, mas
eles não estão ocorrendo.
V. Exª tem o grande
mérito de ter trazido a discussão através do seu Projeto. Independentemente do
fato de ser, hoje ou amanhã, aprovado ou rejeitado o Veto, V. Exª tem os
parabéns da Casa, da Bancada do PSOL, por ter trazido um debate de tamanha
relevância.
Nós temos convicção
de que o Projeto é sério, foi bem elaborado e fará a diferença para a população
de Porto Alegre. Com essa convicção, Ver. DJ Cassiá, nós, do PSOL - eu e a Verª
Fernanda Melchionna -, votaremos contra o Veto, porque o Projeto preenche
expectativas mínimas em relação à Saúde que merecem de nós o apoio e o
incentivo.
Ora, mutirões de
cirurgias são necessários, com ou sem o Projeto, de preferência com o Projeto,
que torna o procedimento obrigatório. A norma é obrigacional, obviamente, mas,
mesmo que não haja o Projeto - e aqui eu homenageio o Vereador Dr. Raul -, fica
a ideia plantada, que, do meu ponto de vista, como ideia, chega ao nível do
consenso; na prática, ainda não existe, mas cabe a todos nós, Vereadores e
Vereadoras, fazermos com que essa ideia do Dr. Raul vingue, seja através do
projeto, derrubando o Veto, seja através de uma ideia aplicada de outra
maneira. Pela derrubada do Veto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nilo
Santos está com a palavra para discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; senhores Vereadores, senhoras Vereadoras; senhores e senhoras, Ver.
Pujol, esta foi para fechar a tarde: o Ver. Pedro Ruas elogiando o Governo! O
Governo, porque quem instituiu o mutirão foi o Governo que aí está, não foi o
Dr. Raul. A Srª Tânia Coelho, nossa assessora competente da Saúde nesta Casa, por
favor, transmita os cumprimentos do Ver. Pedro Ruas ao Secretário Casartelli,
que ele elogiou o mutirão em Porto Alegre. Parabéns ao Governo que aí está, e é
isso mesmo, Ver. Pedro Ruas, essas iniciativas boas precisam ser prestigiadas.
Ver. João Dib, é isto que esperamos da oposição, que reconheçam também as
coisas boas. Ver. Oliboni, o mutirão é uma iniciativa do Governo.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, eu não tenho nenhum
problema em elogiar o Governo, e essa não é a primeira vez e nem será a última.
Portanto, de nossa parte, não há nenhum constrangimento nesse sentido.
O SR. NILO SANTOS: Em momento algum, eu
disse que havia algum tipo de constrangimento, Ver. Pedro Ruas. Pelo contrário,
eu o estou parabenizando. A iniciativa do Governo fez com que o Ver. Raul
Torelly se sentisse estimulado a estabelecer um prazo para que os mutirões
ocorressem.
Ver. Dr. Raul, não
sei se o senhor se recorda de eu dizer que o Projeto era meritório, mas que
havia o problema de programarmos com o Governo Federal o repasse de verba para
que o mutirão pudesse ocorrer, Ver. Oliboni. É essa falta de verba que
compromete o estabelecimento de um prazo para a realização dos mutirões, mas
nós temos certeza absoluta de que o Governo Federal será sensível, Ver.
Cecchim, mesmo com esses cortes, e irá liberar verba, então, para que o nosso
Governo possa realizar não um mutirão por semestre, mas dois, três mutirões!
Que venha a verba, porque o Governo está disposto a realizar os mutirões da
Saúde, com certeza.
Estamos aguardando,
Ver. Pujol, a liberação. Tenho certeza de que a sensibilidade da nossa
Presidente Dilma irá proporcionar a liberação de verba, então, para que
possamos realizar dois mutirões, três mutirões por semestre, para nós
resolvermos, então, a questão da demanda reprimida. Obrigado, senhoras e
senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 081/10, com Veto Parcial.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este Veto é parcial, e até fui conversar
com o autor do Projeto, Ver. Dr. Raul, que me esclareceu que a intenção do
Projeto é que, de fato, a Cidade atenda à questão da urgência urgentíssima das
cirurgias, das especialidades, que têm uma grande demora no atendimento, num
caráter de regime de mutirão estabelecido aqui pelo Projeto.
Quero aqui lembrar de
que o então Prefeito Fogaça, na sua primeira campanha em Porto Alegre - e aqui
este Plenário foi palco e alvo de diversas manifestações - falou exatamente na
grande dificuldade que a população tinha e tem - seis anos depois permanece o
mesmo quadro - de conseguir uma consulta com um especialista; de conseguir uma
cirurgia com um especialista, porque as pessoas sofrem esperando aquele
agendamento que nunca vem, as pessoas acabam morrendo, como já vimos em
matérias de jornais da Cidade, aguardando o retorno do Posto de Saúde sobre o
agendamento com o especialista, ou para conseguir uma cirurgia de prótese, uma
cirurgia de câncer de mama ou de câncer de próstata, como temos
visto. Muitas vezes, lamentavelmente, quando acontece o agendamento da
consulta, as pessoas já morreram. Esse era o discurso do Prefeito Fogaça na
época em que realizou um mutirão, logo após a eleição, sob a coordenação do
Secretário Pedro Gus, e somente uma vez foi realizado esse mutirão. E esse
mutirão não depende de verba federal; depende de articulação - aí, sim, eu
concordo - federal, estadual e municipal, para que, efetivamente, ele se torne
uma prática e uma rotina necessária através da gestão da Saúde no Município de
Porto Alegre.
Então o Projeto do Ver. Dr. Raul vem trazendo a
necessidade daquilo que era afirmado e reafirmado pela Câmara Municipal,
cantado e decantado, inclusive com a proposta de uma CPI em relação à falta de
atendimento para especialistas, principalmente em traumatismos, em questões de
prótese, particularmente na ortopedia, e era a grande discussão na Câmara
Municipal lá em 2003, 2004, pois o sistema estava estrangulado. Não mudou,
continua cada vez pior. Agora, o Vereador apresenta um Projeto para trazer à
discussão aquilo que foi promessa de campanha e que foi cumprida apenas uma
vez: que o sistema iria resolver todos os problemas da Saúde, especialmente na
questão das consultas com médicos especialistas e cirurgias com especialistas.
E o Prefeito, agora, veta algo que é simbólico, veta apenas aquilo que foi
construído por uma Emenda, que não é do autor, mas de outros autores, que
substitui a palavra “periodicamente” pela palavra “semestralmente”. É tão
urgente, tão premente, tão necessário, que o Plenário aprova essa Emenda, fruto
e autoria de outros dois valorosos médicos da nossa Câmara Municipal, sobre a
necessidade de que não fique a bel-prazer da responsabilidade do gestor. Há uma
imposição de que seja, de fato, com regularidade ou semestralmente. É apenas
isso que o Prefeito vetou. Apenas isso! Quer dizer, ele fará um mutirão se
quiser, quando quiser, da forma que quiser. Então, temos que derrubar o Veto Parcial
do Prefeito. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Solicito abertura do painel
eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Pedro Ruas.
(Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Dezessete Vereadores
presentes. Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h25min.)
* * * * *